A
campanha eleitoral, de maneira quase de plena, digamos, se não é boa para o
eleitor, serve – ou deveria servir - para tirar a máscara dos candidatos. Eu me
lembro da declaração – ainda atual em decorrência dos fatos – do bilionário
Elon Musk. Em 2020, como lembra o colunista Gaspari, depois que foi acusado de
ter colaborado com um golpe na Bolívia, ele respondeu, aliás, por escrito: “Nós
daremos golpes contra quem quisermos. Lidem com isso!”.
Tanto é verdade que o dono do X, a
rigor, não respeita a ordem da Justiça brasileira, zomba do Supremo Tribunal
Federal e agride o ministro Alexandre de Moraes. E o que é mais grave ainda:
faz tudo isso com a pele de cordeiro, em nome da liberdade de expressão. Pior
ainda: encontra defensores e seguidores. Que liberdade de expressão é essa?
Ora, por favor, venho de uma ditadura militar de 64, quando o jornalista era
preso, na madrugada, em sua residência, sem ordem judicial, porque publicou o
nome de Dom Helder, em seu jornal.
E não é só isso. Por outro lado, Pablo
Marçal – que tem vários imitadores nos programas eleitorais e nas redes –
declarou, sem qualquer dúvida, que “No processo eleitoral, me perdoe, você tem
que ser um idiota. Infelizmente, a nossa mentalidade gosta disso, eu preciso produzir
isso. Preciso ter um comportamento que chame a atenção”.
À primeira vista pode parecer até um
pedido de desculpas, mas, na verdade, trata-se de um farsante, cinismo puro,
que tem o direito de dizer isso por causa do seu desempenho na pesquisa. De uns
tempos para cá temos assistido a quadros com esse. Prepara-se: é só observar
com olho crítico os programas e as redes.
Mas, não perco as esperanças. São Chacrinhas falando sério, o que é
triste.
Em verdade, de uma maneira geral – o que
também é muito doloroso – Marçal encontra vários imitadores. O candidato é
capaz, em nome de uma vitória a qualquer custo, de trocar os debates em torno
dos projetos para Cachoeiro por esse comportamento, a fim de subir nas
pesquisas imitando tipos como estes.
Os programas eleitorais dos candidatos a
prefeito são pobres. Não convencem ninguém.
Por exemplo, não é possível acreditar que o prefeito Vitor não tenha realizado
obras na cidade. Pois é. A direção do programa parece que não entendeu isso ainda.
Prefere apresentar Lorena à população, repetitivamente. Ferraço, por sua vez, precisa provar que não
envelheceu para se manter intocável na pesquisa. Em detrimento de novos
programas no nível de suas obras de ontem.
O vereador Léo Camargo acha que o discurso
de Bolsonaro é o bastante. Só que ele não é Bolsonaro, não possui, sequer,
carisma. Uma imitação tosca do ex-presidente. Deixa a imagem de Diego Libardi,
ao fundo, em sua fala na TV, para insinuar uma alternativa...
O
candidato Carlos Casteglione, por sua vez, parece sem ânimo. Sequer explora o
bom momento do presidente Lula. Parece sem discurso ou proposta. Sentando, à
sala, com sua esposa, tenta resgatar, emocionalmente, um eventual sucesso na
sua política de assistência social, quando foi prefeito por dois mandatos.
Por fim, Diego Libardi, que está convicto
que seu maior adversário é Ferraço, pretende se mostrar um administrador
experiente, ao lado de dois deputados estaduais. E, por isso, “pretende criar
um Cachoeiro vivo”. Mas não esclarece
como ressuscitar. Tem coragem, pois acha que o velho Ferraço, que o lançou um
dia, tem medo de enfrentá-lo.
O que pretendo dizer, a rigor, é que a TV e as
redes estão sendo mal aproveitadas. Que os candidatos precisam se reciclar, sem
a influência de Musk ou Pablo Marçal, embora o boné dele apareça no vídeo ou na
rede, como um sinal sinistro. Coincidência? ...