A
campanha começa a tomar um contorno mais identificável. Assim como a se definir em termos de
estratégia. Mesmo ostentando, nas pesquisas,
números que o autorizam a propalar ser vencedor do pleito eleitoral, Ferraço,
com toda sua experiência, escolheu o opositor que lhe trará mais resultado:
Lorena Vasques. Isso porque, por óbvio, quer confrontar suas obras com as do
prefeito Victor. Acha que, por exemplo, a Linha Vermelha é muito
maior que a macrodrenagem. E assim por diante. Porém, sentiu na pele quando disseram que até
setembro Victor terá a obra pronta para mostrar. Obra esta, aliás, que tem
Lorena à frente. Bom mote para confronto na rede ou televisão.
Resumo. Ferraço pensando: o confronto com Libardi vai
ser só baixaria. Não tem nada a ganhar. Com Casteglione, que foi prefeito,
“minhas obras são muito mais importantes que as dele”. Os demais, são discursos e “isso não me
interessa”. O forte dele nunca foram os discursos, porque, no passado, já
enfrentou Hélio Carlos Manhães, o melhor orador popular de nossa história.
Bem, pensando sob esse aspecto, não esperava
encontrar o prefeito Victor tão afirmativo nos seus propósitos. Está
enfrentando Ferraço cara a cara. Dias
desses fez o vereador Juninho se recolher ao seu desconhecimento histórico.
Isso quer dizer que Lorena está bem servida na sua falta de experiência em
confrontos com os mais experientes. Seria essa também uma boa estratégia?
Mas vai chegar uma hora em que os dois se
enfrentarão. Como Ferraço, Lorena deverá escolher o seu debatedor preferido. A
sua assessoria, assim como a de Ferraço, deverá escolher o deputado. Ele tem
obra pra mostrar e conhece todas elas. E não tem nada a ganhar, por exemplo, em
debater como Libardi. Só tem a se desgastar. Ou mesmo com o vereador Bolsonarista.
Simplificando: esta, antecipemos, reta final promete ser
decisiva para ambos. Se não houver algum erro muito lamentável, o que a
história da política cachoeirense registra, é que os dois – Lorena e Ferraço –
vão, finalmente, se enfrentar nas urnas. Essa história, por exemplo, “que os
cachoeirenses estão mudando para Marataízes, por culpa da administração” é de
um ridículo total. As pessoas estão mudando para Marataízes por causa da
temperatura ou porque estão aposentados e não por causa da administração do
Victor. Argumento de um ridículo que não
homenageia qualquer inteligência. Pelo contrário.
Ferraço, por exemplo, tocou num ponto
sensível: o IPTU. Realmente o prefeito Victor viveu momentos difíceis, num
passado relativamente recente. O tema causa desgaste. Tem que ser muito bem
explicado e aparado tecnicamente. Mas
ninguém quer pagar aumento de imposto. A administração terá que mostrar que são
impostos justos.
Lembro, no passado, que Hélio Carlos abriu
as portas para muitas eleições, num debate com o então governador Cristiano
Dias Lopes que pretendeu criar um imposto para segurança. Claro, portanto, que Ferraço já programou sua
campanha: sus obras e o aumento do IPTU.
Lorena, por sua vez, leva a vantagem em saber qual é a matéria da prova.
E pode se preparar com tempo.
Claro que os outros candidatos vão explorar
o tema, mas não estarão trabalhando para si, mas a favor de Ferraço. Eu pergunto ao Wagner Santos como serão os
debates entre os candidatos. Ele responde, cético: “Eles não vão comparecer,
apesar de convidados”.
Ao concluir esta crônica, afinal, quero
deixar claro também a intuição de um velho observador de nossa política: a
eleição ainda não está definida. Vai
depender de quem se sair melhor nessa, digamos, estrada de chegada.