Crônicas
A eleição ainda não está definida ...
2024-10-17 15:36:55

A campanha começa a tomar um contorno mais identificável.  Assim como a se definir em termos de estratégia.   Mesmo ostentando, nas pesquisas, números que o autorizam a propalar ser vencedor do pleito eleitoral, Ferraço, com toda sua experiência, escolheu o opositor que lhe trará mais resultado: Lorena Vasques. Isso porque, por óbvio, quer confrontar suas obras com as do prefeito Victor.   Acha que, por exemplo, a Linha Vermelha é muito maior que a macrodrenagem. E assim por diante.   Porém, sentiu na pele quando disseram que até setembro Victor terá a obra pronta para mostrar. Obra esta, aliás, que tem Lorena à frente. Bom mote para confronto na rede ou televisão.  

   Resumo.  Ferraço pensando: o confronto com Libardi vai ser só baixaria. Não tem nada a ganhar. Com Casteglione, que foi prefeito, “minhas obras são muito mais importantes que as dele”.  Os demais, são discursos e “isso não me interessa”. O forte dele nunca foram os discursos, porque, no passado, já enfrentou Hélio Carlos Manhães, o melhor orador popular de nossa história.

   Bem, pensando sob esse aspecto, não esperava encontrar o prefeito Victor tão afirmativo nos seus propósitos. Está enfrentando Ferraço cara a cara.  Dias desses fez o vereador Juninho se recolher ao seu desconhecimento histórico. Isso quer dizer que Lorena está bem servida na sua falta de experiência em confrontos com os mais experientes. Seria essa também uma boa estratégia?

   Mas vai chegar uma hora em que os dois se enfrentarão. Como Ferraço, Lorena deverá escolher o seu debatedor preferido. A sua assessoria, assim como a de Ferraço, deverá escolher o deputado. Ele tem obra pra mostrar e conhece todas elas. E não tem nada a ganhar, por exemplo, em debater como Libardi. Só tem a se desgastar.  Ou mesmo com o vereador Bolsonarista.

   Simplificando:  esta, antecipemos, reta final promete ser decisiva para ambos. Se não houver algum erro muito lamentável, o que a história da política cachoeirense registra, é que os dois – Lorena e Ferraço – vão, finalmente, se enfrentar nas urnas. Essa história, por exemplo, “que os cachoeirenses estão mudando para Marataízes, por culpa da administração” é de um ridículo total. As pessoas estão mudando para Marataízes por causa da temperatura ou porque estão aposentados e não por causa da administração do Victor.  Argumento de um ridículo que não homenageia qualquer inteligência. Pelo contrário. 

   Ferraço, por exemplo, tocou num ponto sensível: o IPTU. Realmente o prefeito Victor viveu momentos difíceis, num passado relativamente recente. O tema causa desgaste. Tem que ser muito bem explicado e aparado tecnicamente.  Mas ninguém quer pagar aumento de imposto. A administração terá que mostrar que são impostos justos.

   Lembro, no passado, que Hélio Carlos abriu as portas para muitas eleições, num debate com o então governador Cristiano Dias Lopes que pretendeu criar um imposto para segurança.  Claro, portanto, que Ferraço já programou sua campanha: sus obras e o aumento do IPTU.  Lorena, por sua vez, leva a vantagem em saber qual é a matéria da prova. E pode se preparar com tempo.

   Claro que os outros candidatos vão explorar o tema, mas não estarão trabalhando para si, mas a favor de Ferraço.  Eu pergunto ao Wagner Santos como serão os debates entre os candidatos. Ele responde, cético: “Eles não vão comparecer, apesar de convidados”.

   Ao concluir esta crônica, afinal, quero deixar claro também a intuição de um velho observador de nossa política: a eleição ainda não está definida.  Vai depender de quem se sair melhor nessa, digamos, estrada de chegada. 

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