O prefeito Victor Coelho tem razão - e muita - em divulgar as suas vitórias administrativas diante do quadro político que se apresenta.
Basta que se veja o destempero do candidato Guerino Zanon (PSD), ex-prefeito de Linhares, em favor do presidente Bolsonaro. Discurso de quem já anteviu a derrota.
Transformou a fama de bom administrador em o grotesco gênero autoritário e reacionário, com acusações já antigas de que o governador Casagrande seria comunista. Pior: usa discurso bolsonariano repugnante, onde cabe até dedurismo.
O que a gente percebe, conversando com o eleitor, é que Casagrande usou uma tática curiosa e que está dando certo. Assumiu o cenário como candidato, ocupando todos espaços da mídia. Com isso, deixou uma espécie freta de sol na praia dos outros candidatos. Exagerando, mas é isso que se vê: as pessoas só conhecem Casagrande como candidato ao Governo. Os outros ainda vão ter que fazer campanha a partir de agora, num espaço mais curto. Explicando melhor: o eleitor não vai julgar outros candidatos, mas a administração de Casagrande. Isso, é bem verdade, se Paulo Hartung - com sua fama de bruxo - não encontrar uma fórmula olímpica "para ferir de morte" a campanha do governador. Mas isso corre no campo do sortilégio ou da mágica.
Diante desse quadro, a maioria dos candidatos a deputados (estadua e federal) e ao senado vem atuando sem temer a infidelidade partidária, já que o TSE nunca cassou mandato de quem age assim. Se há fórmulas para derrotar Casagrande, ainda estão aquecendo. Elas ainda não entraram em campo. Os candidatos estão de olho nessa realidade.