A
ciência dos fatos políticos precisa ser decodificada não na última hora, próximo
às eleições, mas a partir de agora, com muita atenção na análise acurada de tudo
que acontece. A cada dia sobrevém algo
significativo para o bom entendedor. Veja, por exemplo, que os políticos já
chegaram com seus pesquisadores. O pesquisador
da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o cientista político Josué
Medeiros, entende, não sei se com razão, que os posicionamentos de alguns
governadores contra Lula expressam o desafio de reorganizar o campo
bolsonarista. Mas sem radicalismo de direita.
Para ser objetivo, os governadores buscam se
descolar do ex-presidente, sem abandonar pautas importantes para seu
eleitorado. Coisa de gente esperta. Ou seja. Não se importam com os partidos.
Isto é, “Se a disputa na esquerda se organiza pelos partidos, para essa
direita, eles não importam. A chave de organização são as gestões estaduais.
Por isso, o foco em quem vai ser a liderança do bolsonarismo está nos
governadores, que têm uma gestão e resultado prático para mostrar e uma máquina
à disposição”. Coisa da velha política que está sendo adaptada à modernidade.
Veja que em meio à disputa pelo espólio do
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a reação ao fim do programa federal de
escolas cívico-militares reforça uma estratégia de governadores do Sul e
Sudeste cotados para a próxima disputa presidencial: a de enfatizar ao eleitorado
contrapontos ao governo Lula. O episódio se soma a outras sinalizações de
divergências à gestão petista nos últimos meses, principalmente na área
econômica. Certo ou errado, é a estratégia para as próximas eleições. A não ser
que...
Os governadores só entram na boa.
Separaram do radicalismo. O governador paulista, Tarcísio de Freitas
(Republicanos), foi um dos primeiros a se manifestar pouco depois do comunicado
federal, ao lado de Ratinho Júnior (PSD), do Paraná, e Ibaneis Rocha (MDB), do
Distrito Federal, também apoiadores do ex-presidente. Ao abordar o tema, o
mineiro Romeu Zema (Novo) aproveitou para acenar às Forças Armadas ao elogiar
“a tradição, a disciplina e o prestígio” das instituições de ensino
O
posicionamento enfático ocorreu após mandatários aliados a Bolsonaro se
manifestarem a favor da Reforma Tributária, aprovada na Câmara dos Deputados e
encampada pelo governo Lula. O apoio ao texto gerou desgaste entre Tarcísio e
Bolsonaro, que orientou no PL voto contrário à proposta. O governador chegou a
ser alvo de ataques da base bolsonarista nas redes. Bem e aí, como se comportam
os partidos em Cachoeiro? Os políticos acham os partidos irrelevantes?
Com
relação aos candidatos a prefeito de Cachoeiro estão, apenas, fazendo uma política
municipal, esperando a chegada do novo líder de uma direita menos radical,
quase de centro. Enquanto isso, o prefeito Victor Coelho vai para os bairros
comandando as obras, desde o calçamento até as mais pesadas e de
infraestrutura. Quer dizer, também, que
os partidos, pelo menos em tese, não possuem essa relevância toda.
Mas a pergunta é quem o prefeito apoiará
para sua sucessão. Ninguém conseguiu tirar uma palavra dele. Claro que aprendeu
monitorar os fatos, através de pesquisa. Mas todos os dias ela muda, como é o
que do aparecimento repentino da
secretária municipal Lorena Vasques e o vereador e presidente da Câmara
Municipal Braz Zagoto voltando à cena. Essa estratégia da desimportância do
partido, ao que parece, só não terá relevância para Casteglione, PT.