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Como interpretar o momento político
2023-07-20 16:14:28

    A ciência dos fatos políticos precisa ser decodificada não na última hora, próximo às eleições, mas a partir de agora, com muita atenção na análise acurada de tudo que acontece.  A cada dia sobrevém algo significativo para o bom entendedor. Veja, por exemplo, que os políticos já chegaram com seus pesquisadores.  O pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o cientista político Josué Medeiros, entende, não sei se com razão, que os posicionamentos de alguns governadores contra Lula expressam o desafio de reorganizar o campo bolsonarista. Mas sem radicalismo de direita.

   Para ser objetivo, os governadores buscam se descolar do ex-presidente, sem abandonar pautas importantes para seu eleitorado. Coisa de gente esperta.     Ou seja. Não se importam com os partidos. Isto é, “Se a disputa na esquerda se organiza pelos partidos, para essa direita, eles não importam. A chave de organização são as gestões estaduais. Por isso, o foco em quem vai ser a liderança do bolsonarismo está nos governadores, que têm uma gestão e resultado prático para mostrar e uma máquina à disposição”. Coisa da velha política que está sendo adaptada à modernidade.

    Veja que em meio à disputa pelo espólio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a reação ao fim do programa federal de escolas cívico-militares reforça uma estratégia de governadores do Sul e Sudeste cotados para a próxima disputa presidencial: a de enfatizar ao eleitorado contrapontos ao governo Lula. O episódio se soma a outras sinalizações de divergências à gestão petista nos últimos meses, principalmente na área econômica. Certo ou errado, é a estratégia para as próximas eleições. A não ser que...

     Os governadores só entram na boa. Separaram do radicalismo. O governador paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos), foi um dos primeiros a se manifestar pouco depois do comunicado federal, ao lado de Ratinho Júnior (PSD), do Paraná, e Ibaneis Rocha (MDB), do Distrito Federal, também apoiadores do ex-presidente. Ao abordar o tema, o mineiro Romeu Zema (Novo) aproveitou para acenar às Forças Armadas ao elogiar “a tradição, a disciplina e o prestígio” das instituições de ensino

    O posicionamento enfático ocorreu após mandatários aliados a Bolsonaro se manifestarem a favor da Reforma Tributária, aprovada na Câmara dos Deputados e encampada pelo governo Lula. O apoio ao texto gerou desgaste entre Tarcísio e Bolsonaro, que orientou no PL voto contrário à proposta. O governador chegou a ser alvo de ataques da base bolsonarista nas redes. Bem e aí, como se comportam os partidos em Cachoeiro? Os políticos acham os partidos irrelevantes?

    Com relação aos candidatos a prefeito de Cachoeiro estão, apenas, fazendo uma política municipal, esperando a chegada do novo líder de uma direita menos radical, quase de centro. Enquanto isso, o prefeito Victor Coelho vai para os bairros comandando as obras, desde o calçamento até as mais pesadas e de infraestrutura.  Quer dizer, também, que os partidos, pelo menos em tese, não possuem essa relevância toda. 

   Mas a pergunta é quem o prefeito apoiará para sua sucessão. Ninguém conseguiu tirar uma palavra dele. Claro que aprendeu monitorar os fatos, através de pesquisa. Mas todos os dias ela muda, como é o que do aparecimento repentino   da secretária municipal Lorena Vasques e o vereador e presidente da Câmara Municipal Braz Zagoto voltando à cena.    Essa estratégia da desimportância do partido, ao que parece, só não terá relevância para Casteglione, PT.


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