Pra aonde vão a direita e a extrema direita nas próximas eleições? A pergunta ganha mais corpo ainda se Bolsonaro ficar impedido de se candidatar, em razão dos vários processos a que responde na Justiça, inclusive eleitoral. Quais os cenários em relação ao futuro político-eleitoral? Os pré-candidatos mais espertinhos e com bala na agulha, já contrataram pesquisas para pautar um comportamento desde já e um rumo para as próximas eleições. Sobretudo porque o quadro vem mudando muito rapidamente. Cachoeiro, por exemplo, é muito inquietante, já que o percentual de votos captados pelo ex-presidente foi abundante. Não é precipitado ou tedioso, portanto, falar no tema desde já.
Claro que todo mundo assiste, diariamente, à exposição, na mídia, dos pré-candidatos a prefeito que possuem mandato. Só que eles precisam de aconselhamento diário para saber onde estão pisando ou se a mensagem está chegando até o eleitor. Os pré-candidatos precisam saber o que vão falar, o tema a ser abordado, o que pensa o eleitor. O trabalho dos que não possuem mandato é maior ainda. Uso uma expressão bem antiga, mas valiosa: é um trabalho de formiguinha, minutos a minuto.
Por consequência, a contratação de serviços de comunicação e marketing político por aspirantes à prefeitura de São Paulo já no início deste ano antecipou o clima eleitoral na maior cidade do país. Os movimentos começaram com o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que busca se viabilizar na disputa pela reeleição, e têm continuidade com seus rivais Ricardo Salles (PL), pelo bolsonarismo, e Tabata Amaral (PSB), pela centro-esquerda.
Não exagero quando digo que as mudanças são muito repentinas. Cito um exemplo. Os Republicanos, por exemplo, querem um retoque na imagem para alcançar cargos no governo. Em processo de aproximação com Lula vêm substituindo as lideranças da Igreja Universal, colocando na linha frente líderes com trânsito no Palácio. O partido, na linguagem deles, precisa ser oxigenado.
Dou um salto e resumo: o melhor conselheiro, hoje, no estado, é o governador Renato Casagrande. Embora Paulo Hartung faça política o dia inteiro, Casagrande ostenta um currículo exuberante, inclusive com grande acesso ao Governo federal. Vem mantendo um contato de alto nível como os prefeitos, dizimando, de uma vez, aqueles que resolveram cotejar com ele. Assumiu seu lado petista, tanto que trouxe o ex-prefeito Carlos Casteglione para sua assessoria. E Casteglione é pré-candidato a prefeito de Cachoeiro, buscando, apenas, o consentimento do governador. Só precisa pedir ao Lula para não falar tanto...
Tive oportunidade, modestamente, de dizer, no programa do Basílio Coelho - Lado B da Notícia - que Casagrande vai interferir em tudo na eleição. Todos os prefeitos, que estão de seu lado, seja do ponto de vista ideológico seja porque precisam de recursos para tocar suas obras, irão pedir benção a ele. Isto quer dizer, simplesmente, que ele possui o mapa da mina.