O prefeito Victor Coelho está marcando um encontro importante com a população: através da Bienal Rubem Braga, que começa na próxima segunda-feira (dia 23), e com a programação da Festa de Cachoeiro. Se as pesquisas mostravam para alguns que o prefeito ficou, por um tempo, um pouco “ausente das ruas”, nesse momento não tem mais motivos para fazê-lo. A administração municipal criou outro ritmo e a população está se sentindo mais frequentada com vários pacotes de obras nos bairros e no interior com a própria presença do prefeito. Claro que a pandemia e as cheias do Itapemirim o atingiram em cheio. Assim também como a crise na cobrança do IPTU. Aliado a isso, faz parte de seu temperamento uma espécie de retraimento das grandes manifestações. A experiência da vida pública, no entanto, o fez conhecer a população sob esse ponto de vista de, digamos, “contato pessoal”. Chegaram a considerar Victor um homem público de rede social. Diferentemente de seu irmão Glauber. Mas, em contrapartida, foi eleito duas vezes pelo voto popular. Situação que permite várias indagações sociológicas: presente, passado e futuro. Jaime Lerner, conceitualmente, sempre considerou a cidade “o lugar do encontro”. Mas Victor criou um novo estilo.
É um bom momento para prestar contas a quem o elegeu; mostrar à população o que pensa para hoje e para amanhã. O que já fez ou fará. Muitas realizações ficaram ofuscadas seja pela polêmica do aumento de tributos, que me parece conseguiu suavizar. Mas, importante mesmo, é sentir isso no contato pessoal, sentir o pulsar dos sentimentos. A porta está aberta em alto nível, na programação da Bienal ou na Festa da cidade. Além do mais, tem a seu favor o incremento das eleições. São políticos de todos os matizes circulando pela cidade em busca de votos. É, ao mesmo tempo, uma prova de fogo ou a retomada do carinho da população que lhe deu os dois mandatos.
Ferraço e Hélio Carlos Manhães amavam a festa. Em seu primeiro mandato, Hélio Manhães foi aplaudido de pé por todos, no Ginásio de Esportes – grande palco das festas - lotado, porque foi o prefeito que primeiro trouxe asfalto para Praça Jerônimo Monteiro. Ferraço, por sua vez, ganhou prestígio com a audácia de ter construído a Beira-Rio. E, na Festa, podiam desfilar suas realizações. Victor, político de outro tempo, não precisa ficar constrangido em adotar o mesmo comportamento diante da população. Isso não é populismo. É encontro conceituado por Jaime Lerner. A população não mudou tanto assim. Afinal, a Festa da cidade é um tradição de raiz, mas também quase um júri. Um termômetro de aferição do prestígio e da popularidade dos políticos.