Este jornal fez, ontem, uma edição exemplar, contendo os assuntos do maior interesse da população. Destaco, por exemplo, a informação sobre o assassinato de vendedora Roseli Valliati Farias, de 47 anos. O criminoso é o pecuarista Alexandre Nunes, de 54 anos. A opinião pública, carente de informação sobre o bárbaro assassinato, passou a ter ciência de que o assassino é uma pessoa que utilizava das redes sociais para se aproximar de mulheres e, também, mantinha cadastro metódico sobre a vida de cada uma delas. Além disso, enriquecia os documentos com fotos e vídeos. Tudo muito comum e ao mesmo tempo atroz.
O feminicídio, afinal, difere do femicídio em face da reprovação maior à conduta de assassinar a mulher pela condição de sexo feminino, seguindo, portanto, o movimento político-criminal por maior punição a esta conduta. A qualificadora abarca cenário maior do que violência doméstica ou familiar. É aplicada, de fato, em situações que não ocorram no cenário da família ou doméstico, ou de relação íntima entre o agente e a vítima, devendo obrigatoriamente haver menosprezo ou discriminação contra a mulher, pela razão do sexo feminino.
Os fatos estão apontado, em princípio, para segunda hipótese, isto é, femicídio. Mas é cedo para concluir.