Apesar do sol de 63 graus, como confirma este jornal, o prefeito Victor Coelho está espalhando obras por toda a cidade. Uma simples ida a Soturno, para atendimento de cliente, esbarrei com obras que não previa e não tinha conhecimento. Assim também como no bairro Monte Belo, no centro, e muitos outros. Recentemente, Victor, em entrevista, enfatizou, com propriedade, a importância das obras de drenagem para cidade, sobretudo realçando a conformação topográfica de Cachoeiro. Aliás, quando aqui esteve, Jaime Lerner disse que administrar Cachoeiro era um verdadeiro desafio. Sobretudo por causa dos morros e a falta de organização inicial para se saber para onde iria crescer a cidade. Victor, consciente ou inconscientemente, está respondendo ao sofrimento que passou com as chuvas e cheias do rio Itapemirim, desde o primeiro mandato.
Enquanto isso, os eventuais candidatos a sua sucessão, - praticamente anunciados - deputado estadual Bruno Rezende - e o vereador Juninho da Cofril, representando a extrema direita, paralelamente fazem política o dia inteiro, sem esconder para ninguém que querem chegar ao poder municipal. Ambos possuem este objetivo de forma ardente.
Por outro lado, Victor não abre o jogo estrategicamente. Esses dois mandatos lhe deram experiência suficiente para, em condições de igualdade, enfrentar as estratégias das novas e velhas raposas. Embora ouça, e ouça bem, só faz o que quer. Hoje tem cacife para tal. Não pode negar, no entanto, o expressivo apoio do governador Renato Casagrande. Está sendo fundamental para deslanchar seu governo. Há, no entanto, algumas interrogações que sobrevoavam o ambiente político. Ferraço, por exemplo, é uma delas. Parece que duas opções são inevitáveis: ou apoia Norma para prefeita, ou embarca no pomposo avião do Juninho da Cofril. Ele próprio já teria desabafado isso com amigos mais íntimos. Não se sabe onde Ricardo aparece nesse cenário, pois almeja - sonho acalentado lá atrás - ser governador do estado.
Nesse tabuleiro há peças essenciais. Se continuar assim, Victor sinaliza se tornar uma peça importante, exatamente porque as obras estão chegando na porta da casa dos eleitores, no interior e nos bairros, além do centro. Pessoalmente, com olhar mais rigoroso, penso que há falhas na divulgação compacta de todas as obras ao mesmo tempo. O eleitor precisa entender o todo, pois a fragmentação é passageira. Assim com as obras de drenagem, que ficam debaixo da terra, longe da memória do cidadão.
Esperto como é, Ferraço já entendeu isso. Além de se aproximar do vereador Juninho, mostra sempre reportagens com todas suas obras, ressaltando que Norma foi sua secretária. Que é uma futuro trunfo de negociação.
O que se pretende dizer é que, mesmo com o carnaval, com recesso e esse calor dos infernos, os candidatos à sucessão de Victor não perdem um minuto sequer para fazer campanha. Afinal, devo terminar esta crônica com uma frase de Ulisses Guimarães, para homenagear os políticos: "O homem público é o cidadão de tempo inteiro, de quem as circunstâncias exigem o sacrifício da liberdade pessoal, mas a quem o destino oferece a mais confortadora das recompensas: a de servir à Nação em sua grandeza e projeção na eternidade."