Enquanto o prefeito Victor Coelho muda seu secretário de Obras - trocando Pastor Delandi por Rodrigo Bolelli, que foi secretário em Itapemirim e atuou aqui também nos últimos anos, em outros cargos - o presidente Lula, a rigor, vence o terceiro turno das eleições presidenciais, conseguindo manter senador Rodrigo Pacheco na presidência do Senado. O país, num exagero retórico, parou para assistir à eleição em face de sua importância.
Por que digo que foi um terceiro turno? Porque o ex-presidente Bolsonaro entrou de cabeça não só para vencer a eleição do Senado, mas para manter viva a extrema direita e seu próprio prestigio eleitoral: seus votos, sendo mais objetivo.
Aliás, são muitos votos que estão esvaecendo com o fatídico dia 8 de janeiro, marcado pela história como a revolta insensata da direita no país. Quando digo extrema direita estou me referindo a "um bando de desatinados" que obedecem cegamento aos impulsos do ex-presidente. Preciso expor: o grupo ligado a Bolsonaro, formado pelo PL, PP e Republicanos, foi profundamente impactado pela reação ao vandalismo de 8 de janeiro e evitou o holofotes da última semana.
O empenho de Bolsonaro, no EUA, mandando sua mulher aqui no Brasil como coordenadora, trouxe decepção, embora tenha causado emoções. Com o resultado, Lula poderá governar sem grandes empecilhos. Sobretudo porque a vitória teve grande participação do Planalto.
É preciso dizer também que o impacto atingiu o próprio Poder Judiciário. Os processos de punição, para manter a ordem, fluem com mais segurança, sem o ranço de que poderia haver punição injustas ou políticas. A democracia parece voltar ao normal, no seio da população, com o escudo da segurança. Era visível o clima de garantia com a sensatez nas falas dos novos presidentes.
Os políticos passam por momento de reflexão. Se não o fazem, deveriam fazê-lo. A dinâmica política é rápida. Lula não perdeu o compasso, enquanto Bolsonaro se debate em acenos sem correspondências pragmáticas. Político odeia a falta de poder, a não ser os ideológicos.
Bolsonaro saiu perdendo e isso é motivo de muito trabalho para conquistar seu eleitorado. A ação pragmática Lula aprendeu fazer, tanto que abriu espaço para governar. Trazendo o tema aqui para nosso Estado, tanto o prefeito Victor, quanto o governador Casagrande poderiam aproveitar os acontecimentos para lançar um olhar mais abrangente e pragmático sobre panorama.