O advogado e professor Aylton Rocha Bermudes morreu nesta quarta-feira (10), aos 99 anos, em Vitória. Terceiro ocupante da cadeira número quatro da Academia Espírito-Santense de Letras (AEL), ele também foi consultor jurídico do Tribunal de Contas do Espírito Santo (TCES), professor, escritor e chegou a escrever artigos e crônicas para A Gazeta.
Segundo o advogado Anaximandro Amorim, colega de Academia de Letras de Aylton e terceiro ocupante da cadeira número quarenta da instituição, a morte foi causada por problemas pulmonares que o escritor já enfrentava há alguns anos, o que acabou pesando com a idade do jurista. O enterro acontece na tarde desta quinta-feira (11) em cemitério da Serra.
O capixaba, que completaria 100 anos em julho, era de Timbuí, distrito de Fundão, no Norte do Espírito Santo. Ele também foi um dos juristas participantes do anteprojeto da Constituição Estadual de 1989.
Pelas redes sociais, amigos lamentaram a morte do intelectual. No Facebook, o advogado Wilson Marcio Depes, de Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Estado, onde Aylton também viveu, desabafou: “Uma chama que não se apaga”.
Uma chama que não se apaga No dia de ontem, despediu-se dos capixabas o maior intelectual de todos os tempos: Aylton...
O professor Francisco Aurélio Ribeiro, pela mesma rede social, também lamentou: “A Academia Espirito-Santense de Letras perde seu decano, o professor Aylton Rocha Bermudes, exemplo de acadêmico com sua cultura, inteligência e sensibilidade. Descanse em paz!”.
No grupo da Academia Cachoeirense de Letras ainda do Facebook, o membro Paulo Medeiros ponderou: “Escritor primoroso, dono de um estilo clássico, foi autor de Assédio e Outros poemas e do romance biográfico Nos Sulcos do Tempo. O professor Aylton Bermudes era um dos quatro membros honorários da Academia Cachoeirense de Letras. Meus sentimentos a seus filhos e demais familiares”.
HISTÓRIA
Aylton nasceu no dia 24 de julho de 1921. Segundo sua biografia no site da AEL, "suas primeiras produções literárias em prosa e verso datam dos tempos de seminário, onde ingressou aos 12 anos de idade e onde adquiriu sólida formação humanística".
Em 1943, ele se mudou para Cachoeiro onde foi professor de Francês, Português, Latim e Filosofia. Lá, ele foi diretor do Colégio Estadual Muniz Freire e trabalhou nos jornais "Arauto" e "Correio do Sul". Mais tarde, ele fundou o jornal "O Momento", com o professor Virgílio Milanez, e a revista literária Flama.
Em 1964, Aylton se muda para Vitória onde exerceu o cargo de secretário de Interior e Justiça e lecionou Português e Literatura Portuguesa no Colégio Estadual do Espírito Santo. Dez anos depois, ele foi eleito para a Academia Espírito-santense de Letras, mesmo ano que publicou "Discurso de posse", pela Editora Borsoi.
Ainda na Capital capixaba, o jurista exerceu os cargos de procurador do Estado e consultor jurídico do Tribunal de Contas, em que se aposentou.