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Pela porta dos fundos...
2022-11-24 11:09:32

Claro que os jogos da Copa sempre emocionaram.  Até mesmo durante a ditadura militar. Mas sinto no ar - não sei se é impressão - uma certa apatia, apatia, não... uma animação contida dos brasileiros. As pessoas estão vivendo momentos financeiros dramáticos.  Levando em consideração tal circunstância, é preciso que se diga, todo mundo sabe que não será uma Copa barata. Os investimentos devem ser superiores a US$ 220 bilhões, mais que R$ 1 trilhão, 20 vezes acima dos gastos da Copa de 2018 na Rússia. Por isso, acho que tal conjuntura agride um mundo tão cheio de mazelas, inclusive com o fato de a variante da Covid está batendo em nossas portas.

Juntando a isso, enquanto o presidente eleito Lula procura encontrar uma sintonia em torno de um plano de governo que contemple as tendências ideológicas da Frente política que venceu as eleições, a população vive momentos de espera tensa sobre a posse. Grande pergunta: como Bolsonaro pretende sair do governo e como ambiciona retomar sua vida política. Poderá passar a faixa presidencial a Lula, indicando que perdeu e seguirá seu caminho dentro das quatro linhas da Constituição.Élio Gaspari, o brasileiro que mais entende da história do Golpe Militar de 64, questiona se Bolsonaro "poderá ir para casa, recusando-se a participar da cerimônia de transferência do poder. Na República, que há dias fez 133 anos, só dois presidentes fizeram essa pirraça: João Figueiredo, em 1985, e Floriano Peixoto, em 1894. Figueiredo passaria a faixa a Tancredo Neves com alguma satisfação. Como Tancredo estava no hospital, e naqueles dias detestava o vice-presidente José Sarney, foi-se embora, saindo por uma porta lateral do palácio.

O general que completou a abertura, deu a anistia e conduziu a redemocratização estragou sua biografia com a pirraça infantil".  Consta isso em seus livros sobre a ditadura.

Mesmo relevantes as informações, não creio que o epílogo será este ou se as coisas acontecerão como na história do passado.  Pergunto: é possível permitir que até hoje haja manifestações contra a legalidade do pleito eleitoral? Como disse aqui, é muito estranho esse sumiço do presidente Bolsonaro. Afinal, ele é um servidor do país. Em Brasília as repartições parecem um cemitério. A sensação é que tudo está parado. Veja bem: a impressão que se tem é que tudo está sendo tramado visando ao resultado dos jogos da Copa.   Pode ser até paranoia, mas os seguidores bolsonaristas ainda sonham com uma reviravolta no resultado nas eleições, seja no campo do Direito ou não.

Claro que a lei permite recursos ou uma ação própria para anular o pleito. Mas, diria um velho e querido professor: "não se iluda, meu caro aluno, Direito é prova".  Ao que tudo indica, se há provas, estas são no sentido de que o pleito transcorreu inteiramente normal e as urnas eletrônicas funcionaram exemplarmente.  O que precisamos, em verdade, é lutar pela manutenção da ordem democrática.  E só torcer pela vitória da seleção, sem que isso seja motivo para movimentos de conspiração tão ao gosto do bolsonarismo.

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