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Aos caciques que continuam mandando
2022-11-11 10:02:20

A violência contra a democracia continua em alguns pontos do país. Até mesmo em Cachoeiro, grupos radicais resistem em aceitar o resultado das eleições. Listas estão correndo nas redes contra eventuais pessoas que votaram em Lula. Resultado eleitoral que, por sinal, em momento algum foi contestado por pessoas responsáveis. A atuação golpista vem sendo acionada pelos chamados "bolsonaristas", com ideais de extrema direita.   O desempenho firme do Poder Judiciário, a rigor, pelas mãos do Ministro Alexandre de Moraes, vem mantendo a garantia da democracia, sob o império da lei. Há suspeita de que os grupos insubordinados estão sendo financiados para esse fim, fato que este sendo apurado pela Polícia federal.
A extrema direita, com atitudes fascistas, está "babando de ódio". Claro que é uma minoria que quer se firmar no mundo político visando às próximas eleições. Várias situações já foram contornadas, mas claro que há, por óbvio, um estímulo do presidente derrotado e seus asseclas. Por esse motivo que o presidente eleito não pode dispersar a Frente Ampla. Em consequência, o prefeito Victor Coelho, que ainda vai desfrutar de dois anos de mandato, não pode deixar de refletir sobre o comportamento do eleitor nas recentes eleições. Assim, poderá traçar um caminho para concretizar seu sonho de preparar um sucessor que possa amparar sua carreira política fora do mandato. Amparar aqui no sentido de dar prosseguimento a seu caminho político. Jovem, cheio de obras para executar e inaugurar, necessita, paralelamente, traçar seus rumos práticos e ideológicos. Que caminhos seguir.

Estudos iniciais, de uma maneira prospectiva ainda, apontam as mutações que transformaram a maneira de pensar do eleitor brasileiro. O cientista político Alberto Carlos de Almeida, em entrevista, vai atrás dessa resposta 20 anos depois de ter feito a primeira pesquisa, que resultou no mais amplo levantamento sobre o que move o eleitor brasileiro. Repito para servir de orientação. Diz ele que o PT sempre venceu o segundo turno por uma vantagem em torno de 60% a 40% contra o PSDB, exceção feita em 2014, quando Dilma venceu o tucano Aécio Neves por três pontos percentuais. Em 2018, os conservadores cresceram, levando Bolsonaro à presidência da República e agora dividindo o eleitorado, perdendo pela menor margem já registrada em um segundo turno.

Antecipa que "antes os terrenos eleitorais eram mais fluidos". Quer dizer com isso, por enquanto, é que o eleitor está reconhecendo diretamente os seus representantes. Por exemplo, trazendo o problema para Cachoeiro. Segundo esse raciocínio, o eleitor fatalmente já teria praticamente o seu candidato ideologizado: é só apertar o teclado. Mas os fatos não são bem assim. As informações vão mais além. A matéria de O Globo conta um episódio muito interessante. Mostro. Um dos consensos chegou a virar teoria conspiratória de fraude nas redes sociais e aplicativos de mensagens. Numa seção de Confresa, no Mato Grosso, teoricamente um domínio bolsonarista, foram 383 votos válidos, exclusivamente em Lula. Mas o que gerou estranheza nas redes sociais foi logo esclarecido pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT): a urna da Escola Estadual Tapi'itawa recebeu os votos da aldeia indígena Urubu Branco. E, como o cacique local confirmou, todos optaram, de fato, pelo petista.

Outro caso. Já em Carmésia, no Vale do Rio Doce, havia duas seções na aldeia Pataxó, na Reserva Guarani. Em uma delas, a 42, só houve votos para Lula. Na 43, Bolsonaro só se livrou de ficar zerado porque teve um único voto.

Bem, todos esses casos, apurados, cuidadosamente, no TSE, estão servindo de material de pesquisa para se confirmar se, realmente, o eleitor está reconhecendo diretamente os seus representantes. Ou ficarão reféns de seus caciques como na aldeia indígena Urubu Branco?

Link da Matéria:
https://www.jornalfato.com.br/artigos/aos-caciques-que-continuam-mandando-,420924.jhtml
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