Quanto mais eficiente for o administrador para cuidar da pandemia mais prestígio eleitoral ele terá
A pandemia, como fato extraordinário, atingiu não só o mundo como um todo, mas, sobretudo, as pessoas. Oito entre 12 chefes de Estado e de governo tiveram alta nos índices de popularidade em razão de ações contra o coronavírus. O enfrentamento da pandemia do novo coronavírus repercutiu na avaliação de alguns dos principais líderes mundiais. A explicação não foge do elementar raciocínio de que as pessoas precisam de um apoio, de um líder para salvá-los do inferno que é enfrentar a iminência da morte.
Dito isso, é fácil concluir, simplesmente, que quanto mais eficiente for o administrador para cuidar da pandemia mais prestígio eleitoral ele terá. Lógica irrefutável. O Prefeito de Cachoeiro, Victor Coelho, que possuía uma sucessão tranquila e irrefutável, por falta de assessoria, cometeu um erro elementar. Demitiu, por razões econômicas e financeiras, mais de mil professoras contratadas. Em plena guerra contra a pandemia cometeu um erro imperdoável, não só sob o ponto de vista humano mas, sobretudo, político. Mexeu num vespeiro. Tomou a decisão, mal orientado, como decorrência e resultado de uma autoconfiança que não possui. E que pode resvalar numa soberba intolerável pelo povo que, neste, momento pede muito segurança e carinho que arrogância.
Claro que os opositores, aproveitando o momento, caem de pau. Sem dó nem piedade. E o que se vê, num distanciamento de quem não é inimigo ou adversário, mas apenas busca expressar sua opinião em busca do melhor para a cidade que vive, é que o revide é fraco, um tiro da velha garrucha enferrujada pelo tempo, que não atinge os fatos como deveria. Pior: cria dúvidas.
Quando todo mundo esperava que fosse fortalecer seu secretariado, apenas trocou Márcia Bezerra por Ângela Barbosa. Ou seja: nada aconteceu. Qual a estratégia? Difícil de alcançar o projeto de um prefeito que precisa recuperar seu prestígio político e eleitoral. Não adianta ordenar um discurso articulado nas redes socais, precisa de conteúdo estratégico para explicar o povo que sua administração é boa e competente. Como era reconhecido até um mês atrás.
Os exemplos estão aí no mundo todo. Líderes que enfrentavam protestos sociais antes da pandemia recuperaram parcialmente a popularidade, como Macron e Piñera. O chileno, que tinha 11% de aprovação em janeiro, subiu para 25% no fim de abril. Já a aprovação do francês passou de 35% para 46%, caindo para 40% em maio.
O caminho está aí. Basta que se queira seguir. As lições do sábio Tancredo Neves estão vivas e são preciosas. "Não se tira o sapato antes de chegar ao rio. Mas também ninguém chega ao Rubicão para pescar."