Por Wilson Márcio Depes
Pelos corredores do Fórum de Cachoeiro as manifestações eram unânimes: o Tribunal escolheu um homem de bem, um desembargador brilhante e um administrador sobretudo justo. Este é um tênue e apressado perfil do futuro presidente do Tribunal de Justiça, Sérgio Teixeira Gama, de acordo com funcionários, advogados e juízes. Conheci o Desembargador Sérgio ainda em Alegre. Um promotor que nunca achou que fosse dotado de superpoderes.
Quero dizer que, excluindo a circunstância que desvanece a todos, o Desembargador Sérgio, embora um diplomata na exata expressão do termo, nunca abriu mão das ocasionais divergências em busca de progresso espiritual, na medida em que o confronto de opiniões propicia uma visão menos imperfeita da verdade, acessível unicamente, como anunciava Calamandrei, a quem disponha a girar em torno dela para captar-lhe as três dimensões.
Os desembargadores que compõem o Tribunal, com adequação e justiça, souberam escolher o presidente conveniente para enfrentar a grave e delicada crise que o país vive, em todos os níveis, inclusive o institucional. Isso quer dizer que o lugar que Desembargador Sérgio vai ocupar, digo isso a toda comunidade, é dele por direito, justamente porque possui resistência moral para resistir à lisonja, humildade para ouvir aqueles que clamam por direito e a experiência daqueles que já subiram quase todos os degraus da vida.
Poderemos esperar do presidente eleito o esforço na preparação da argamassa do êxito que se constrói para durar. Podemos ser ministro ou príncipe, desembargador ou advogado, funcionário ou parte num processo e não termos nenhuma importância nem para nós nem para nossa gente, nem para nosso tempo. Podemos ter a mais humilde profissão e ser, em nosso pequeno círculo, um ser indispensável, porque amado. Sérgio é assim e assim será. Um Desembargador disposto a ouvir a voz das ruas, sem abrir mão do lado ativo das relações jurídicas.