Preciso
confessar, sem pudor, que não assisti, completamente, ao primeiro debate dos
candidatos a prefeito. Os novos tempos – e não podemos reclamar - proporcionam essa oportunidade para os
eleitores que pretendem escolher o seu candidato com o rigor necessário. É só
abrir o celular. No meu caso, foi exigência de trabalho acumulado. Pois
bem. Se acontecer alguma falha nos
comentários, provavelmente foi por culpa minha, que não esperou até o fim.
Mas, preciso destacar que senti muita falta
da divulgação dos planos de governo de forma didática. O que se viu foi a falta
de segurança em relação uns com os outros. Ora, a eleição municipal, absolutamente,
não pode ignorar a agenda climática. Qual a abordagem neste sentido? A
candidata Lorena, por exemplo, assediada pelos outros candidatos – era ela
contra todos - poderia explorar, de
forma mais didática, a obra de drenagem que a administração Victor Coelho teve
coragem de enfrentar. Aliás, tema que
ela conhece como ninguém. Mas permitiu
que os outros candidatos a atrapalhassem...
Porém, as críticas contra a evolução da obra
vêm ganhando terreno em contraposição a sua importância. Mas não é só aqui. Isso vem de longe. Em
Guarapari, de forma imediatista, os comerciantes relegam a importância da obra
para realçar o incômodo diário. Atraindo o tema dos debates para a obra, ela
pode dominar o interesse do eleitor, em detrimento de outros assuntos sem
qualquer importância, como ataque pessoal. Como assim? Para ser mais direto:
“ah, a senhora sabe que um motorista teria, um dia, feito isso...”.
De uma maneira geral, o que se viu foram
agressões gratuitas, em detrimento da qualidade das propostas. Pensei, confesso, que as mudanças climáticas
fossem um tema predominante, exatamente porque os municípios são responsáveis
pela ocupação do solo, fator crítico para prevenir efeitos de enchentes ou
secas. Não foi o que aconteceu, porém. O
que percebi, no entanto, foi um debate cercado por ódio e oportunismo. A ponto
de o candidato Diego Libardi, sem autocrítica, usar um boné modelito lançado
pelo candidato Pablo Marçal, que até Bolsonaro foge dele. Não se esquecendo que
ele é apoiado por dois deputados: Bruno Rezende e Alan Ferreira.
A rigor, o que se viu foram arremedos de
propostas, como diria Newton Braga, como nas velhas cantigas, como nas velhas
baladas. Ao que assisti – e senti – é
que a candidata Lorena possui conhecimento técnico da administração em relação
ao que pretende a população. Pode explanar o que é viável ou não. Basta dizer que tenho ouvido, ventríloquos de
alguns empresários que só visam aos lucros, que a administração estaria,
burocraticamente, emperrando a instalação de indústrias ou empresas em
Cachoeiro. Mas não dizem do que se trata ou trazem provas das denúncias. É
aquela velha estória bolsonarista que agora a boiada pode passar...
Ora, elementar que toda denúncia tem que ser
cercada de prova. Mas elas não aparecem.
Se os debates continuarem nesse tom, a candidata Lorena terá que separar
o joio do trigo, isto é, mostrar que a administração pública possui um
orçamento votado pela Câmara Municipal.
Sob pena de o candidato bolsonarista propor um projeto de construção de
uma ponte até o Itabira, achando que a população é boba.
Outra coisa curiosa e oportunista: o candidato Libardi querer se mostrar, numa
gangorra, como de direita e de esquerda ao mesmo tempo. O seu boné já diz
tudo... Não se esquecendo que apareceu no cenário político pelas mãos do seu
padrinho Ferraço. O que teria mudado?...