Não é cedo para trabalhar
2023-06-12 09:46:21

    É momento de reflexões, sob pena de entrar no caminho errado.  Às vezes me pergunto se não exagero, atropelando fatos históricos, em insistir tanto na avaliação do processo eleitoral para prefeito e Câmara Municipal. Depois de várias provas e avaliações, sinto que não. Os candidatos estão proliferando exatamente porque não há um favorito. Tudo não passa de conjecturas e articulações.  Nesse contexto, tenho o direito de perguntar: e se Bolsonaro perder seus direitos políticos no TSE, no julgamento do dia 22, como ficará a situação da direita e extrema direita?

   O que sinto – e já pude atestar – é que os que seguiram fielmente Bolsonaro estão polindo os radicalismos, puxando o freio, diminuíram a velocidade.  Bolsonaro foi um ídolo de muita gente, mas acabou exagerando em sua violência ideológica, a ponto de estimular golpes, em diversas ocasiões. Não deu certo. Se não deu certo, algo estava errado. Tanto que perdeu a eleição. O vereador Juninho, seguidor do ex-presidente, e candidato a prefeito pelo PL, disse que não é a favor de radicalismo, exatamente porque fez a leitura certa do que vem por aí. Bom político  não vê a jogada, antevê.

   Carlos Casteglione, que já foi prefeito de Cachoeiro por duas vezes, tenta fazer a ponte com o governo de Lula a fim de disputar a eleição. E também com o governador Renato. Mas é uma tarefa difícil. Exatamente porque ficou no inconsciente coletivo a sua performance com prefeito. Boa ou ruim, aí moram suas chances de disputar o pleito. Muitas gerações já passaram.

   No meio de tudo isso, temos, agora, o prefeito Victor e sua administração. Na eleição teremos um político muito mais experiente com dois mandatos nas costas e um imenso pacote de obras para distribuir por todo o município. Até mesmo quem não era de sua base de apoio vem chegando. Alguns jogam com reclamos de comerciantes que, momentaneamente, fazem crítica de eventuais prejuízos que a execução da obra traz para seu comércio, sua calçada sua garagem. Mas isso tudo é passageiro.  Já fui secretário e sei como isso funciona. São chuvas de verão e duram até a concretização da obra.

   A minha visão hoje – e não tenho o direito de exagerar – é que não há protagonismo nem da direita, extrema direita, esquerda, extrema esquerda, o prefeito Victor vai fazer seu sucessor em companhia imprescindível do governador Renato Casagrande.  Claro que, como já disse aqui, a opinião dos vereadores será fundamental, pois Victor trabalha juntinho com eles.  O que não vem faltando, em verdade, é movimentação. Onde tem uma obra todos os candidatos passam por lá, sejam os deputados Alan Ferreira (Podemos), Bruno Rezende (União Brasil), os vereadores Braz Zagoto (Podemos), o vice-prefeito Rui Guedes (Podemos), dentre tantos. Além dos que querem chegar: Diego Libardi (Republicano), dentre outros.

   Nesse emaranhado todo, Juninho poderá ficar sozinho na oposição. O que é, no mínimo, mais fácil de trabalhar. Pois vai empunhar a bandeira e o carisma de Bolsonaro, como vítima. Só tenho certeza de uma coisa: não é cedo para trabalhar a candidatura. 

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