Passados uma semana do lançamento da pré-candidatura de Lorena Vasques (PSB) continua um clima de perplexidade: surgiu um belo sol na praia que ela frequenta. E, ao mesmo tempo, profundas trovoadas na dos outros pré-candidatos. Isso, que me perdoe o leitor, é inquestionável. Não adianta falar que não viu ou que a plateia era de servidores da Prefeitura, como preferem os que negam o óbvio. É melhor se preparar porque a "menina tem muito gás para gastar", é o que se houve nas ruas. Ou seja: Lorena está ganhando popularidade. Aliás, a repercussão alcançou a capital do estado. Disse-me um bem informado jornalista, que o governador Casagrande ficou perplexo com os vídeos, fotos e informações. Não esperava tanto. Até aí, isto quer dizer que o prefeito Vitor Coelho ganhou pontos no ranking com sua candidata. Tem plena chance de fazer sua sucessora. Simplificando: o que era dúvida sobre a participação do governador, não é mais. Leva fé, principalmente na disposição permanente da pré-candidata que, às 6 horas da manhã, já está pedindo votos nas feiras. O acontecimento, sorte deles, traz sinais da trajetória político-eleitoral de Victor no inconsciente coletivo.
Bem, passemos a analisar a conduta dos outros pré-candidatos. Eles marcaram uma bobeira. Não se sabe como eles absorveram o golpe. Isso porque, de maneira geral, a imprensa cuidou, rigorosamente, do acontecimento do Jaraguá. As entrevistas de Lorena ocuparam os espaços, durante toda a semana. Em verdade, sem exageros, só um político com muita experiência poderia ter gestado um lançamento com aquela envergadura. Não é fácil conter uma avalanche daquela.Só o Ferraço pode fazer alguma coisa igual. E asseveram que está preparando com o grupo de mármore e granito. Os outros pré-candidatos não possuem bala na agulha para tanto. Se o conheço bem - e pouca gente o conhece completamente - claro que está articulando algo semelhante. Mas, a rigor, o receio é com a comparação. Se não der certo, desenha um buraco na campanha. Por isso, como dizem os experts em política, está avaliando com cautela. Já que, como ele próprio diz, cautela e caldo de galinha não fazem qualquer mal à saúde.
Para quem acompanha a história política de Cachoeiro, o alcance do lançamento de Lorena é fato inédito em tempo de internet. Seu desdobramento é esperado até mesmo pelos historiadores. Como vai ser o desenvolvimento dos fatos? A curiosidade grande também é em relação a Ferraço, político desde os 18 anos e conhecedor de todas as táticas possíveis nesse solo. Mas, até o momento, qualquer especulação é irresponsabilidade pura. Os ânimos, aliás, não estão acirrados, como no passado. Há um clima de silêncio.
Um leitor deste jornal postou perguntando onde estão os deputados Alan e Bruno? Continuarão na campanha solidária de Diego Libardi? E se ele não decolar? Solidariedade para político é sinônimo de voto. A conclusão, portanto, é que espertamente Lorena saiu na frente alguns quilômetros. Agora os adversários têm que suar camisa para, pelo menos em tese, alcançá-la. O silêncio dos demais pré-candidatos propicia esse tipo de especulação, o que é, convenha-se, completamente normal. O que beneficia Lorena. Que fez uma jogada de craque.
Este jornal inaugurou seu podcast na quarta. Entrevistou Lorena. E entrevistará todos os pré-candidatos a prefeito.