Bem, apesar das marchas e contramarchas, como dizia o velho professor Waldemar Mendes, a candidatura da secretária Lorena Vasques vai ser lançada no próximo dia 5 de junho, no clube Caçadores. Em princípio, como já disse aqui, o prefeito Victor Coelho recebeu o aval do governador Renato Casagrande, em reunião na cidade de Vitória. Claro que, experiente como é, sobretudo sensato, Casagrande sabe o que faz. Suas decisões são tomadas com a perspectiva do futuro. O que é natural no político e na própria vida.
Claro que nessa perspectiva de futuro, por certo, estão os interesses de futuras candidaturas. Por exemplo, Ricardo Ferraço embala um velho sonho: ser governador do Estado. Esteve bem próximo, quando foi golpeado pelo ardiloso Paulo Hartung. Esta notícia soube em primeira mão, quando ele telefonou para o pai, com que eu conversava. Claro que, por isso, Ricardo, hoje, junto com o governador, costura ponto por ponto essa estratégia.Nessa conjuntura, segundo os estrategistas de plantão, aparece de longe a figura do prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, que abrigou, em sua assessoria, o também aspirante à prefeitura de Cachoeiro, Diego Libardi, filado ao partido Republicano. Resumindo: isto, pelo menos teoricamente, atrapalharia os planos. O raciocínio, teórico, é que o eterno candidato Libardi atrairá votos que não foram consignados em favor de Casagrande, na eleição para governador.
Bem, resumindo, esses pretensos candidatos a prefeito, ao invés de programas de governo, ficariam beliscando em eventuais destroços na composição que escolheu a secretária Lorena. O governador Casagrande, de cima de sua experiência, que não é pouca, preferiu confiar - e aqui a palavra é significativa - em Victor Coelho. Aliás, tido e havido como um político digno. E que de bobo não tem nada. Tanto que colocou seu futuro político nas mãos de Casagrande, por fidelidade e agradecimento. O que é justo.
Presenciei, em minha casa, o ingresso de Victor no PSB, para ser candidato a prefeito. Sempre achei o partido exemplar, sobretudo pelos líderes nacionais que pertenciam aos seus quadros. Mas não acreditava, naquele momento, que Victor conseguiria a vaga para disputar a Prefeitura. E deu no que deu. Ou seja: embora até hoje possa ser considerado ingênuo no jogo político, não passa de um grande vencedor. E isso é que interessa.
Entre os deputados Bruno Rezende, que é um vaidoso sem tamanho, e Alan Ferreira, que deixou a arrogância tomar conta de sua cabeça de menino humilde, claro que o governador optou por aquele em quem confia pelo seu histórico irretocável do prefeito. Vai jogar tudo em Lorena, candidata de Victor, sem perder o bom relacionamento com os deputados de sua base.
Tanto é verdade, que o próprio Ferraço, que conhece tudo de política, já recebeu Lorena em sua casa para uma conversa amistosa. Claro que isso tem um significado especial a essa altura do campeonato. Ferraço só pensa em duas coisas: a candidatura de Ricardo ao governo e no futuro de Norma. Mas tem horror de um seu ex-aliado: Diego Libardi. Quanto a este, tem como objetivo maior buscar, em seu favor, as mágoas dos deputados Alan e Bruno. O que pode ter consequências no futuro de cada um, por trocarem seus mandatos de deputado, por coadjuvante, no pior sentido da palavra. Na próxima, falaremos dos outros candidatos.