Crônicas
O que diz a próxima eleição
2024-04-25 11:47:46

odo fato, que acontece neste período de nosso calendário eleitoral, produz repercussão política. Digamos, por exemplo, uma pesquisa que o deputado Alan, pré-candidato a prefeito, publicou nas redes sociais durante a semana.  Ele sai na frente, como se fosse um candidato vitorioso.  Ora, sobre o fato o leitor - e eleitor - lança mil ilações. Claro que o deputado Alan leva vantagem com a divulgação.  O eleitor mais esclarecido pergunta: -  Qual empresa que se responsabiliza pela publicação da pesquisa?

Na política nada acontece por acaso. Com a publicação, Alan, que parecia meio esquecido, procura se revigorar. Não é preciso conhecer pessoalmente o candidato para saber que ele tem prestígio. De motorista da Câmara - quero dizer aqui que não há qualquer tipo de preconceito em relação à profissão, mas puro mérito - chegou à Assembleia Legislativa.   Tanto que é deputado. Mas ainda é, também, meio - digamos assim - estagiário nessa matéria. Basta dizer que enfrenta, por exemplo, a velha raposa Ferraço, com os seus mil anos de política. Ferraço, para quem ainda desconhece, faz política desde os seus 18 anos. Mas já perdeu eleições que ele considerava ganha. Mas venceu muito mais, a ponto de se tornar um ícone.  Seu prestígio trouxe à baila, tempos atrás, o então desconhecido Diego Libardi. Hoje, segundo declaração dele mesmo, "não quero ver nem pintado de ouro".  Mas tudo muda.

Bom, mas o que se pretendeu com a pesquisa? Reintroduzir o deputado Alan no cenário sucessório. Ficou muito focado na candidata Lorena Vasques, do prefeito Victor, e um possível candidato das forças reacionárias, apoiado pelo - como vou dizer? -  grupos econômicos bolsonarista.  Não posso deixar de dizer também que o acordo deles com outros pré-candidatos era um papo furado. Cada um sempre pensou em si.  Sugira a eles abrir mão da candidatura depois da pesquisa...?

Delicadamente, um querendo "furar o olho do outro". Até mesmo por vaidade.  A pesquisa visou também e precipuamente a chamar atenção do governador Renato Casagrande e do vice, Ricardo Ferraço, que se prepara para suceder o atual governador. 

Aliás, devo dizer, por imperioso, que Shakespeare, a propósito, fez um belo poema que aplico à política "Você diz que ama a chuva, mas você abre seu guarda-chuva quando chove. Você diz que ama o sol, mas você procura um ponto de sombra quando o sol brilha. Você diz que ama o vento, mas você fecha as janelas quando o vento sopra.". Assim, meu prezado leitor, é a política, falando romanticamente.

Agora, dizer que a Lorena, candidata do prefeito, aparece com   3 pontos e pouco, na pesquisa, produz profundas dúvidas sobre a sua credibilidade. Mas, se não for fake, produz estragos. E mais. Vão pra cima do empréstimo que tramita na Câmara. A sorte é que o presidente Braz Zagoto é político sábio e experiente.  Gostei muito de uma análise feita pelo Wagner Santos, diretor deste Jornal, sobre o empréstimo em trâmite na Câmara, porque, além de ser isenta, é lúcida.

Diz ele: "Os fundos externos podem ajudar a financiar obras essenciais como essa. Quando o chão começa a se abrir sob os pés dos cidadãos, é um sinal claro de que a espera não pode continuar. Cachoeiro se tornou um canteiro de obras graças a recursos captados em convênios com os governos estadual e federal, ou por meio de operações de crédito, como a realizada com o Banco do Brasil, no valor de R$ 85 milhões".

Acrescenta: "Quem se concentra apenas nas próximas eleições perde a chance de olhar para o futuro. Está colocando suas ambições acima das necessidades coletivas".

Relevante, portanto, a discussão. Só que, ao que me parece, o tema ganhou roupagem eminentemente político-eleitoral. O que é uma pena.

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https://www.jornalfato.com.br/artigos/o-que-diz-a-proxima-eleicao-,440352.jhtml
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