Tomado pela tristeza proporcionada pelo falecimento do Ziraldo, que sempre considerei um dos meus melhores amigos, sobretudo porque influenciou em minha formação, vou tentar escrever a crônica de hoje. Primeiro, como disse na revista Leia, tenho que responder aos amigos que me perguntam - mais agora depois da morte dele - como nasceu essa amizade com Ziraldo?
Primeiro respondo: "porque eu queria ser igual a ele". Aí busquei conhecê-lo, porque, assim, seria mais fácil imitá-lo. Exatamente porque tudo que ele fazia eu achava genial. As críticas políticas, os desenhos, as estórias, os livros, a generosidade com que tratava os amigos... Até que um dia, lembrei disso esta semana no meu luto, o amigo e famoso jornalista Cláudio Bueno Rocha - que do Rio veio para Vitória trazer conceitos maiores de jornalismo moderno - me levou à sede Pasquim.O Pasquim foi o jornal de maior resistência à ditadura militar. Aliás, quero deixar claro que todo estudante gostaria de conhecer, imitar os jornalistas, ser como eles, exatamente porque era a crítica mais inteligente e ácida contra a ditadura. Tenho que dizer - e o faço com inteira confiança - que a Ditadura de 64, aliás, atingia todo mundo. Era também um jornal de crítica dos costumes.
Mas já conhecia Ziraldo das charges do Jornal do Brasil. Daí a se tornar amigo foi um pulo. Passei a frequentar a casa dele, na Lagoa, ficar amigo de Vilma, primeira mulher, de todos os filhos. Depois, a segunda mulher. E foi assim que ele passou a abrir caminhos. Até da minha timidez ele cuidou. Rubem Braga me dizia:" Ziraldo é uma festa permanente, né Wilson?". Disse: "Rubem, vamos levá-lo a Cachoeiro para inaugurar o Ponto de Encontro, retratando seus personagens nas paredes". Aí Rubem soltou: "Leva sim, vai ser uma festa! Eu vou também!". Dito e feito. Até que um prefeito, desavisadamente, fez reforma na obra e apagou todos os personagens, inclusive o Menino Maluquinho e o Flicts. Façanhas organizadas, com perfeição, pelo artista Calixto, que Ziraldo considerava um gênio. Daí... viramos irmãos para sempre.
Dito isso, embora muito triste, vou seguir o meu caminho de análise política, que é uma forma de amar o meu Cachoeiro eterno. O prefeito Victor foi esta semana à Câmara Municipal. A informação que tenho, de fonte a mais isenta possível, é que "ele deu um show". Maduro politicamente, preparado com administrador, gentil com os vereadores, respondeu a todos os questionamentos em completa segurança. "Não deixou uma pergunta sem resposta".
Disse a fonte: "Se fosse candidato outra vez, estaria eleito". O que se observa, já tinha cantado a pedra aqui, é que aqueles pseudo-candidatos, que ensaiaram disputar o pleito, já estão se aproximando de Victor. Um dos exemplos citados - a conferir - seria o do deputado Bruno Rezende. A fonte adianta que os empresários ainda não conseguiram encontrar um candidato para representá-los, com o viés bolsonarista.
A bola baixou um pouco lá pelos lados de Ferraço. O que pode representar, também, uma surpresa que pode aparecer de uma hora para outra. Mas, a bem da verdade, o passar do tempo só favorece ao prefeito Victor, que vai inaugurar um volume imenso de obras. Venho dizendo uma coisa, que se desenha a cada dia, a grande estrela da eleição será o prefeito Victor. Vai conseguir eleger seu candidato (a). É só esperar.