O momento é adequado para usar a cabeça fria em relação às eleições municipais. Os vereadores, por exemplo, estão aproveitando prognósticos eleitorais para escolher o partido de sua preferência. Isso porque, como é sabido, a chamada janela partidária - período em que vereadores e vereadoras poderão trocar de partido para concorrer às eleições sem qualquer sanção - vai de 7 de março a 5 de abril.
Isso assinala que, a rigor, não será uma eleição ideológica. Ou seja: cada candidato precisa se eleger a qualquer preço. Essa constituirá, portanto, na ideologia deles. O cachoeirense era acostumado com MDB e Arena, o que já não existe mais, há muito tempo. A rigor, e visualizando o do dia a dia de cada um, posso lhes garantir que a realidade é essa. São muitas consultas diárias sobre a legislação eleitoral. Outra notícia interessante, desta feita no âmbito das mulheres, são os pedidos de orientação sobre "como ficam as mulheres nas escolhas dos partidos?" Ora, isso porque a partir de 2009 foi acrescentado o parágrafo 3° no artigo 10 da Lei 9.540/97, o qual determina que cada partido ou coligação deve preencher sua lista de candidatos indicados ao pleito com a proporção de 70% e 30% para cada sexo, sempre arredondando as frações para o inteiro positivo maior.
Este artigo e outros são conquistas das mulheres na luta por representatividade feminina nos cargos políticos. Aliás, preciso deixar claro, que a não observância da proporção mínima leva ao indeferimento do DRAP - Demonstrativo de Regularidade de Atos Partidários - e, consequentemente, à impossibilidade do partido lançar candidaturas. Posso dizer, por isso, que a preocupação é grande e vamos ter muitas mulheres disputando a eleição.
Seria uma influência da pré-candidata Lorena Vasques? É um fenômeno a ser analisado, principalmente no âmbito das táticas e estratégias dos prefeito Victor. Esperteza das pré-candidatas não falta. Elas se chegam fácil não só perto de Lorena, mas, sobretudo, das obras que estão sendo concretizadas. As consultas de cada uma delas sobre a legislação eleitoral, demonstram, também, esse pragmatismo.
Claro que as manifestações bolsonarista não foram esquecidas. Cachoeiro se tornou uma cidade que sofre grandemente essa influência, sobretudo no setor de granitos, onde, aliás, os candidatos buscam recursos para suas campanhas. Mas, elas não ganham tanta força contra o prefeito Victor, do PSB, exatamente porque ele nunca empunhou qualquer bandeira anti-bolsonarista. Ele não é um político com formação de esquerda. Aliás, nem ele nem o próprio Glauber Coelho sofria.
Isso quer dizer que sua candidata Lorena não fará um campanha ideológica. Encaminhará todos os seus objetivos para se confundir com as obras que serão apresentadas, mostrando sua plataforma de governo. A par disso, o prefeito traçou uma estratégia perfeita nesse sentido. Pretende contratar um empréstimo de 50 milhões de dólares para usar em obras. Convertido para o real, o valor é de R$ 250 milhões. O aporte financeiro seria pago em seis parcelas anuais. Para finalizar o contrato é necessário a aprovação da Câmara de Vereadores.
É um golpe de mestre que roubou o discurso de seus opositores. Por certo, a oposição terá que contê-lo, mas inviabilizar a aprovação do empréstimo desse teor - que visa a contemplar obras e projetos obras sociais onde estejam presentes minorias - é muito difícil, pois os ônus podem cair nas costas dos vereadores.
O clima pré-eleitoral demonstra, a rigor, um jogo bem jogado. Resta saber quais as estratégias que os craques da oposição apresentarão, pois o discurso direitista extremado perdeu fôlego diante das obras. Não basta só a força do empresariado do setor de rochas, é importante também bons projetos que se tornem viáveis e perceptíveis da população no jogo eleitoral.
O prefeito Victor e sua candidata, se não cometerem falhas, saem na frente. Com obras palpáveis.