Mesmo com a nova legislação das redes sociais, sancionada pelo presidente da República, com o agravamento das penas, ainda assim, é de se temer o adensamento - os tempos são outros - da transformação delas num espaço livre para incitação da violência, do ódio e do culto às armas. Claro que esse temor não corresponde a exagero. Pelo contrário. Se no Brasil, nos últimos três anos, houve ataques até mesmo a escolas, a maioria com armas de fogo, o que se pode esperar é um aumento não só desses ataques, mas outras formas de crime. Sobretudo eleitorais.
A relevância da nova legislação é indiscutível. Pessoalmente, porém, não concordo com a falta de atribuição às plataformas digitais de responsabilidades compatíveis com os danos causados pelo ambiente que mantêm. Os legisladores precisam atuar firme nesse sentido. E é pra já, pois daqui a pouco teremos eleições municipais, conformando um ambiente de grande exasperação nesse campo.
Quem vai sofrer mais com esse assédio ilegal, durante as eleições municipais, sem dúvida, é o prefeito Victor Coelho e seus candidatos. Ainda mais, como se afigura, se a candidata à prefeitura for Lorena Vasques, sobretudo - e digo isso sem qualquer preconceito, absolutamente não - porque é mulher. Claro que, desde já, precisa preparar um conjunto de advogados, atualizados com a legislação, para protegê-la. Não só a ela, mas seus candidatos e seu mandato.
Mas, aprendi com a vida, só quem tenta o impossível consegue o necessário. O impossível, no caso, seria uma eleição limpa, em que o cachoeirense pudesse escolher o que é melhor pra ele, sem mentiras ou acusações sórdidas. Outro dia assisti, nas redes sociais, a um político dizendo que Cachoeiro nunca teve um "trânsito tão ruim na sua história". Trata-se de uma falácia e um argumento altamente demagógico. Claro que o trânsito de Cachoeiro não é um primor, por uma série de circunstâncias, dentre elas em razão da falta de um trabalho altamente técnico que envolve todas as secretarias, mas, no momento, as obras da maior importância têm causado incômodos, aliados ao calor. Aumentando, assim, a qualidade do trânsito.
Porém, os alagamentos nas cidades, por todo o país, vêm demonstrado, de forma indiscutível, o acerto e a importância histórica, por exemplo, da macrodrenagem que corta grande parte da cidade. Uma obra que desafiou a coragem de muitos prefeitos. Ora, quem for administrar Cachoeiro haverá de levar em consideração não só o Cachoeiro de ontem, mas, sobretudo, o Cachoeiro de hoje e de amanhã, utilizando a evolução tecnológica. Aliás, como Victor vem fazendo.
Victor Coelho está completamente consciente disso e está preparado para escolher seu sucessor ou sucessora. Mas, a grande verdade, é que precisa se preparar para as pedradas que fatalmente lhe serão atiradas. Sem dó e nem piedade. Esse discurso já vem sendo urdido no submundo de eleitores que cultivam o ódio e os recalques acumulados sobretudo nos últimos anos. Precisa agir como firmeza, pois a Justiça tem refutado tais expedientes solertes e repugnantes. Não há razão para deixar de enfrentá-los.
A eleição, por certo, poderia ser tratada no âmbito das propostas, das críticas adequadas, mas não se espere isso. Principalmente porque será um ano no qual o prefeito Victor mostrará suas obras, em inauguração, o que acirrará os ânimos dos opositores. O ódio e a paixão irão, por certo, influenciar na conduta eleitoral, já que o prefeito se despediu alguns de seus antigos aliados.
Que Deus nos ajude!