Vamos viver, no próximo ano, uma das
eleições mais importantes depois das presidenciais, que envolveram os
sentimentos de todos os brasileiros. Todos
os setores da atividade política se movimentam como se fossem edificar a
estrutura do edifício político. Bolsonaro já apareceu no estado, acompanhando
dos possíveis candidatos a prefeito, como é o caso do vereador Juninho, que, a
rigor, usou e abusou das fotos com o ex-presidente e o senador Magno Malta. É
um sinal de que todo mundo esperava. Mais importante para o vereador não é um
plano de governo com investimentos, é o eventual prestígio deixado por
Bolsonaro em nosso município. Raciocínio, aliás, calcado nos números das
últimas eleições em Cachoeiro.
Não é também uma heresia dizer que o
resultado da última eleição, invertendo o quadro, é uma preocupação permanente
para o governador Renato Casagrande. Renato, por óbvio, tem os olhos voltados
para o futuro. Aliás, qual político não tem? Lula já está armando suas
estratégias. E aí adeus ideologia: “precisamos é vencer e acabar de vez com
Bolsonaro”.
Esperto, o prefeito Victor Coelho está
atento não em ideologia, mas em obras para eleger sua candidata a prefeita –
Lorena Vasques. É seu futuro em jogo. Enquanto isso, os deputados Alan Ferreira
e Bruno Rezende pressionam o governador para que apoie um ou outro para
prefeito, aliado ao ex-candidato a prefeito Diego Libardi, que serviria,
também, de opção. É prosaico o
pensamento, pois jamais o governador se confrontará com o prefeito Victor.
O que precisa ficar claro, a rigor, é que
todos os pré-candidatos não possuem prestígio pessoal para enfrentar
pleito. Dependem ou do governador ou do
prefeito. Mas, sem exageros, quem está trabalhando com mais objetividade, induvidosamente,
é Lorena, exatamente porque faz campanha ao lado de obras. O seu pique é o
maior que tenho constatado nos últimos anos.
Não deixarei de falar de Casteglione. Claro
que, como já foi prefeito e político experiente, espera que Lula possa turbinar
sua campanha. Por hora, trabalha nos bastidores, trazendo como bandeira os
êxitos alcançados pelo presidente da República.
Comentei outro dia aqui que Juninho, para
sombrear o êxito das obras do prefeito Victor, partiu para o ataque dizendo não
há investimentos em Cachoeiro e, por isso, o desemprego é grande. Claro que é
uma forma de fugir das obras e do debate também com o governador Casagrande.
Ora, ensinava Jaime Lerner, um dos maiores
urbanistas do mundo, que em um espaço urbano acumulam-se várias atividades: os
habitantes moram, trabalha, estudam, compram bens e serviços, praticam
esportes, circulam.
Acontece, porém, que o solo urbano é um bem
limitado e, portanto, seu uso e ocupação devem ser bem planejados para não haver
deterioração da qualidade de vida. Aliás, as cidades brasileiras crescem a
taxas bastante altas. Isso significa que
todo o ano são necessários, por evidente, novos domicílios, empregos, vagas em
escolas, leitos em hospitais, áreas verdes, praças, bosques e parques, e que os
fluxos de circulação se tornam cada vez mais densos; aumentam, de modo geral,
as despesas de manutenção e é necessária a inversão em novos investimentos.
As obras caríssimas que os prefeitos têm
investido são resultado da falta planejamento da ocupação do dolo urbano. Jaime
Lerner dizia que Cachoeiro é um desafio. E é. Corre-se muito atrás das
correções desses erros. Vide a obra de macrodrenagem do bairro Nova Brasília.
Mas, a rigor, isso não desmerecesse a
qualidade de obras do prefeito. Pelo contrário. Lorena ergue, com obstinação,
as obras do prefeito como o maior trunfo para eleição. Por isso vem na frente
de todos.