Crônicas
Quem vem na frente
2023-11-16 11:38:14

      Vamos viver, no próximo ano, uma das eleições mais importantes depois das presidenciais, que envolveram os sentimentos de todos os brasileiros.  Todos os setores da atividade política se movimentam como se fossem edificar a estrutura do edifício político. Bolsonaro já apareceu no estado, acompanhando dos possíveis candidatos a prefeito, como é o caso do vereador Juninho, que, a rigor, usou e abusou das fotos com o ex-presidente e o senador Magno Malta. É um sinal de que todo mundo esperava. Mais importante para o vereador não é um plano de governo com investimentos, é o eventual prestígio deixado por Bolsonaro em nosso município. Raciocínio, aliás, calcado nos números das últimas eleições em Cachoeiro.

   Não é também uma heresia dizer que o resultado da última eleição, invertendo o quadro, é uma preocupação permanente para o governador Renato Casagrande. Renato, por óbvio, tem os olhos voltados para o futuro. Aliás, qual político não tem? Lula já está armando suas estratégias. E aí adeus ideologia: “precisamos é vencer e acabar de vez com Bolsonaro”.

   Esperto, o prefeito Victor Coelho está atento não em ideologia, mas em obras para eleger sua candidata a prefeita – Lorena Vasques. É seu futuro em jogo. Enquanto isso, os deputados Alan Ferreira e Bruno Rezende pressionam o governador para que apoie um ou outro para prefeito, aliado ao ex-candidato a prefeito Diego Libardi, que serviria, também, de opção.  É prosaico o pensamento, pois jamais o governador se confrontará com o prefeito Victor.

   O que precisa ficar claro, a rigor, é que todos os pré-candidatos não possuem prestígio pessoal para enfrentar pleito.  Dependem ou do governador ou do prefeito. Mas, sem exageros, quem está trabalhando com mais objetividade, induvidosamente, é Lorena, exatamente porque faz campanha ao lado de obras. O seu pique é o maior que tenho constatado nos últimos anos.

   Não deixarei de falar de Casteglione. Claro que, como já foi prefeito e político experiente, espera que Lula possa turbinar sua campanha. Por hora, trabalha nos bastidores, trazendo como bandeira os êxitos alcançados pelo presidente da República.

   Comentei outro dia aqui que Juninho, para sombrear o êxito das obras do prefeito Victor, partiu para o ataque dizendo não há investimentos em Cachoeiro e, por isso, o desemprego é grande. Claro que é uma forma de fugir das obras e do debate também com o governador Casagrande.

   Ora, ensinava Jaime Lerner, um dos maiores urbanistas do mundo, que em um espaço urbano acumulam-se várias atividades: os habitantes moram, trabalha, estudam, compram bens e serviços, praticam esportes, circulam.

   Acontece, porém, que o solo urbano é um bem limitado e, portanto, seu uso e ocupação devem ser bem planejados para não haver deterioração da qualidade de vida. Aliás, as cidades brasileiras crescem a taxas bastante altas.  Isso significa que todo o ano são necessários, por evidente, novos domicílios, empregos, vagas em escolas, leitos em hospitais, áreas verdes, praças, bosques e parques, e que os fluxos de circulação se tornam cada vez mais densos; aumentam, de modo geral, as despesas de manutenção e é necessária a inversão em novos investimentos.

   As obras caríssimas que os prefeitos têm investido são resultado da falta planejamento da ocupação do dolo urbano. Jaime Lerner dizia que Cachoeiro é um desafio. E é. Corre-se muito atrás das correções desses erros. Vide a obra de macrodrenagem do bairro Nova Brasília.

   Mas, a rigor, isso não desmerecesse a qualidade de obras do prefeito. Pelo contrário. Lorena ergue, com obstinação, as obras do prefeito como o maior trunfo para eleição. Por isso vem na frente de todos. 

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