A Feira da Bondade, inspirada em Don Helder - que a promovia todos os anos Rio de Janeiro, no Parque Laje - continua o sucesso da primeira, montada por Heloisa Borges Valadão, então primeira dama. Claro que era - e é - um acontecimento essencialmente filantrópico cercado de solidariedade. Mas, a rigor, nunca deixou de ser também um acontecimento político. Sempre se encontrou candidatos de todos os matizes.
O prefeito Victor e sua assessoria ampliaram o espetro da Feira. Passou a ser um acontecimento imperdível em nossa cidade. Por lá circularam as pessoas benemerentes, shows, encontros e muita política com vistas às próximas eleições municipais. Jaime Lerner dizia que a cidade tem que ser transformada num todo para melhor. Isso, ao que me parece, o prefeito está conseguindo fazer a essa altura de seu mandato. Falando de forma mais direta: estendeu o conceito de qualidade de vida para todos, do centro à periferia.
Com a popularidade em alta, as provas que poderá fazer seu sucessor, são inequívocas. Tanto é verdade que disputam, claramente, a chance de candidatura, as secretárias municipais Lorena Vasques e Márcia Bezerra. Márcia fez o que pôde na Feira, que é sua área, e saiu feliz pelo sucesso do evento. Será a candidata de Victor? Goza do apoio de membros de sua família, sobretudo pela convivência longa com Glauber, seu irmão e ex-deputado.
Recentemente o prefeito nomeou a secretária Lorena Vasques para as secretarias de Serviços Urbanos e de Obras. A jovem secretária, até então desconhecida no meio político, é um sucesso. As obras, então iniciadas, ganharam uma celeridade incrível, bem ao gosto da população. Surgiu - e com ampla razão - como uma candidata intensa, até mesmo surgindo das hostes do PSB. Reconheça-se que ainda não possui lastro de visibilidade, mas vem ganhando como uma excelente profissional. "Não conheço ainda", diz grande parte da população. Mas, por outro lado, vem ganhando conceito pela sua eficiência na realização das obras. Além de tudo, sabe usar os meios eletrônicos de divulgação como ninguém.
Sobre Márcia, secretaria de Assistência Social, numa eventual candidatura, tentará puxar os votos da família de Coelho, além de seu prestígio pessoal que sempre veio interligada ao trabalho de Glauber e Victor. Mas de uma coisa fique certo o leitor - e ninguém é bobo - está mordida pela mosca azul. E está na disputa, tanto quanto Lorena.
Se tudo na vida possui dois lados, me parece um erro elementar que as duas pretensas candidatas se entrechoquem abrindo um amplo espaço criado por Victor para que outras candidaturas se cheguem com artimanhas bizarras. Parecem marinheiros de primeira viagem. O prefeito tem que agir rápido. Apagando esse fogo. Não está passando despercebido, numa leitura atenta, que os seus adversários - os deputados Bruno Rezende, Alan Ferreira, Diego Libardi - estão aproveitando os flancos abertos para dividir os votos, estimulando discórdia. Velha tática, que não percebe quem não quer ou quando a vaidade não deixa. Ocorre, em contrapartida, que têm pouco a oferecer à população, hoje toda voltada para Lorena, mais objetivamente, e Márcia, com grande suporte familiar.
Bruno Rezende e Alan não possuem mandato para mobilizar a população. Fazem um jogo intermediário, muito aquém até mesmo do trabalho de Lorena e Márcia. No entanto, mais profissional, Juninho Correa se manteve discreto, sobretudo porque está estudando como lidar com esse início de julgamento do que já ficou estabelecido como "golpe de 8 de janeiro". Vive a tensão do que acontecerá com o bolsonarismo, já que argumento utilizado pelos advogados de defesa - a meu ver - não conseguiram convencer que "não houve tentativa de golpe de Estado". Ademais, a revista Veja publicou que o dinheiro com a venda da joias foi entregue ao ex-presidente, pelo seu ajudante de ordem Mauro Cid.
Comportamento discreto, durante os festejos de final de semana, manteve também o candidato do PT, Carlos Casteglione. Aliás, anda preferindo colher os resultados do governo de Lula. Enquanto isso, Ferraço e Norma estão quietos em Itapemirim. Por fim, apareceu na praça, um novo candidato, que sairá das hostes do Partido Novo. Possivelmente o médico Marlus Thompson.