Depois de viver um tempo acompanhando a política, juntando, com percepção, ideais e práticas, você chega a inevitável conclusão que o homem é o metro do desenvolvimento, que se mede pela qualidade da vida que desfruta e não pela quantidade de bens que ele usufrui. Aí me pergunto: a administração do prefeito Victor trouxe, dentro do âmbito de suas possibilidades como prefeito, qualidade de vida ao cachoeirense? É a grande pergunta que se deve fazer para, no mínimo, responder às pesquisas que batem a sua porta. Inclusive para evitar o comércio que se propala no submundo com vistas a escolher candidato à sucessão ou para influenciar apoios.
Alguns leitores me perguntam - porque não a conhecem - a razão pela qual considero a secretária Lorena Vasques uma forte candidata a disputar o cargo de prefeita como sucessora de Victor Coelho. Respondo. Porque ela, assim que assumiu a secretaria de obras, conseguiu dar uma outra dinâmica na administração municipal. Uma outra não, movimentou o que parecia transtorno à população. Está justificando com o morador a importância da obra na qualidade de vida de cada um. Muitas vezes, o prefeito não consegue fazer isso, porque tem que falar sobre saúde, educação, segurança, enfim, aquilo que envolve cidade-população. E não é fácil ser didático em tudo. Fica fragmentado.
Achei adequada - venho dizendo isso há muito tempo - e correta uma divulgação feita pela secretária, dias atrás, em seu instagran. Conto. Ela começou com o projeto, onde principiava a obra, por onde passava até o final e a importância dela (obra). Ficou inteiramente didática. Isso, por óbvio, permite que a população entenda e possa defender os naturais incômodos da execução de todas as obras. Claro que estou falando de obras.
O mesmo poderia ser feito em relação à saúde, cultura, educação, segurança e tudo enfim. O prefeito Victor tem muito que falar. Não adianta só dizer que Cachoeiro foi premiada como uma das cidades mais bem administradas do país. É preciso materializar o conceito, mostrando a razão pela qual. É um grande gancho para divulgar sem demagogias ou mentiras.
Não sei se justifico a relevância que concedi ao trabalho da secretária Lorena. Mas penso assim. E é um direito que qualquer cidadão possui, seja ele jornalista ou não. Por essa razão lutamos tanto a favor da democracia no país e evitamos um golpe na passagem das últimas eleições. Aliás, num processo que segue seu rumo natural. Mostrando as sujeiras nas entranhas do poder.
Na sucessão municipal o prefeito Victor não vai enfrentar só isso. Não é de esquerda. Mas enfrentará a extrema direita, representada, por exemplo, pelo vereador Juninho Corrêa. Vai encarar, também, aqueles não que se importam com ideologia, como é o caso de Bruno Rezende e Alan Ferreira, mas que jamais encostariam os pés na esquerda. Além de tudo, há o candidato do PT, Carlos Casteglione. O governador Renato soube fazer isso, com a técnica que o tempo lhe ensinou.
Ademais, cabe ainda uma informação. Pesquisadores das universidades UFMG, Unicamp, UnB e Uerj sugerem que a avaliação mais positiva do governo Lula se constrói a partir de uma percepção de melhora na economia do país. São 44% dos entrevistados os que veem a economia melhor hoje do que na gestão anterior, e outros 29% dizem que a situação continua a mesma, enquanto 23% veem piora. Dentre aqueles que dizem gostar muito de Bolsonaro, 15% reconhecem que houve melhora na economia do país sob o atual governo.
As últimas pesquisas estão mostrando, ainda, que a base bolsonarista - aí estou me referindo à parcela - considera perseguição do TSE que tornou Bolsonaro inelegível, e contribuí para uma perseguição mais negativa do Supremo Tribunal Federal. Apesar desse quadro, 57% dos brasileiros avaliam que a democracia é preferível a qualquer outra forma de governo.
O que se constata é que há uma permanente mutação na opinião pública, já que, no ano passado, os percentuais apareciam praticamente invertidos. Isso quer dizer que, até as eleições, dependendo das circunstâncias, a extrema direita sofrerá mais desgastes. Tais informações, portanto, não podem ficar longe das agendas dos pretensos candidatos à sucessão municipal.