O exercício do jornalismo, mesmo que seja esporádico, como venho fazendo aqui, exige que o profissional tenha, no mínimo, liberdade para dizer o que pensa e o que sente na análise dos fatos. Aqui encontrei esse caminho. O velho amigo Wagner abriu as portas de seu conceituado jornal para que eu tratasse de assuntos delicados e polêmicos, preservando a ética a fim de que se possa encontrar a verdade, mesmo que seja sob forma de opinião.
Li, na terça-feira, a matéria publicada sobre a segurança do município, na qual o prefeito Victor Coelho mostra o seu arsenal tecnológico para combater o crime. Disse ele "Em Cachoeiro, vagabundo não vai se criar". A matéria é isenta, sem conotações pessoais, e que visa a informar a população. Agora, o editorial e as matérias assinadas são opinativas. Podem não agradar, mas é o exercício da liberdade de imprensa. Dizer que a população não se sentiu feliz com a notícia? É uma loucura. E de insanidade estamos cheios.
Concorde o leitor ou não, o articulista, com fundamento nos fatos, tem direito de opinar, de acordo até mesmo com sua ideologia. Alguém pode negar que o prefeito vem fazendo um bom governo? Diria o seu adversário, de forma simplória: "Mas é dinheiro do governador Renato". Se é dinheiro de Renato, Lula ou quem for, ele está aplicando bem. E aqui me coloco como um morador e quem participou, durante um tempo, da vida pública. No mesmo diapasão posso afirmar que Victor escolheu a secretária Lorena Vasques como a ideal para dinamizar suas obras. E está conseguindo.
Com isso, seu nome foi lembrado como candidata a prefeita. Claro que isso não agradou aos outros pretendentes, como é o caso dos deputados Bruno Rezende, Alan Ferreira ou Márcia Bezerra. Mas, queira ou não, é do jogo. O contrário também é. Ou seja: os pretensos candidatos colocando dificuldades no caminho de Lorena. O tempo, lentamente, transforma amigos em adversários e vice-versa. O que percebo, no entanto, é primarismo dos articuladores. Ao invés de somar, dividem; mas dividem no mesmo bolo.
Enquanto isso, o vereador Juninho Corrêa, candidato esperto, limpou sua área. Não há ciúmes lhe perseguindo. O que lhe atormenta, no momento, é, por exemplo, o fato de o ex-ministro Mauro Cid não ter ainda uma versão. E, por fim, se Bolsonaro vai transformar tudo que acontece hoje em vítima de um processo de perseguição. A apuração é ampla e o que não falta são fatos para aprimorar. Como disse na coluna anterior, os seus seguidores no facebook e no instagran estão minguando. Mas o vereador possui méritos pessoais para representar uma direita mais jovem.
O candidato do PT à Prefeitura, Carlos Casteglione, está quieto, mas faz política o dia inteiro, na certeza que não ostenta um bom resultado nas pesquisas. Mas tem experiência para metabolizar isso, esperando o resultado do governo-Lula. O mesmo acontece com a velha águia Ferraço. Quieto, mas articulando. O seu filho e vice-governador, Ricardo Ferraço, é uma peça importante no jogo eleitoral.
O leitor poderia dizer se a análise passa sempre sobre os mesmos personagens. Eu diria que a renovação acontece assim. O prefeito Victor trouxe a bagagem de Glauber, mas, com o tempo, soube ser um personagem de grande importância na cena política. Casagrande, em contato pessoal, reconheceu isso. No alto de sua experiência, continuará ao seu lado, mesmo que, no momento, trate muito bem sua base de apoio na Assembleia.
Resumindo: se a secretária Lorena fosse apenas medíocre, uma política iniciante sem expressão, não estaria incomodando tanto seus eventuais e supostos adversários. Não adianta brigar com fatos. Voltar a Tróia é impossível. Abandonar a imagem de Penélope, sempre constante e sempre esperando, será impossibilidade ainda maior. Por isso importa navegar. Por isso resta navegar.