Crônicas
O jogo político
2023-04-10 16:50:56

A maioria dos políticos candidatos a prefeito sabe da importância que o Congresso dá às eleições para o executivo municipal. Não quero dizer com isso que é só o Congresso, mas os governadores também. Assim também como a presidência da República. Não há um eventual candidato que não esteja armando seu esquema, em nível federal, com essa informação. Aqui em Cachoeiro, embora o prefeito Victor viva o seu melhor momento, o governador Casagrande é também assediado minuto a minuto. Os eventuais candidatos querem trazer a decisão de escolha de cima para baixo.  Apesar da luta insana do deputado bolsonarista Evair contra o governo Lula, endeusando Bolsonaro, Victor tá falando muito mais grosso junto com Casagrande. E as verbas estão chegando...

O anúncio da construção do Hospital do Câncer já rendeu, na sessão da Assembleia, um entrevero entre os deputados Ferraço e Bruno Rezende. O que pretendeu Ferraço? Deixar registrado que verba para construção do Hospital, que teria ficado retida três anos na Secretaria de Saúde do governo do estado, é resultado trabalho da deputada Norma Ayub. Uma leitura um pouquinho mais esperta há de demonstrar que a retenção da verba, fruto de emenda parlamentar, pode ter ficado retida para obstaculizar a campanha de Norma. E isso ficou claro. Ora, Ferraço que é doutor em esperteza, sutilmente jogou a responsabilidade pra cima do ex-secretário Nésio Fernandes, hoje no Ministério da Saúde, na Secretaria de Atenção Primária à Saúde.

Não se pode tergiversar.  Se o lançamento fosse antes, claro que beneficiaria Norma. O deputado Bruno ainda é iniciante para enfrentar Ferraço, que é do tempo da "tinta nanquim". Vão disputar prestígio não só na Assembleia como também junto ao eleitor. Como não falar em candidaturas a prefeito de Cachoeiro?  Claro que Ferraço não quer assistir, quieto, a candidatos jogando frescobol e altinha na sua praia. Vão receber bombardeio.  Não sei como Casagrande vive como essa situação, mas Ferraço não é de deixar mole. Sem se esquecer que seu filho, Ricardo, é vice-governador.

O então governador Eurico Rezende, assediado pelo então prefeito Ferraço, dizia que: "Não conheço político mais esperto. Se eu deixar, ele leva tudo daqui para Cachoeiro!". Continua assim? Quais pedras vai mexer para próxima eleição de prefeito? Norma? Juninho? Jathir? Ficou claro que o deputado Bruno está fora de seu radar.

Mas o importante é saber quem será o candidato apoiado pelo prefeito Victor. Se antes ainda existia certa prudência, agora há brigas para ficar ao lado desse monte de obras espalhadas pela cidade e interior.  Embora seja, no máximo um liberal, sem ser reacionário, Victor importou um lema para sua administração: melhorar a qualidade de vida da população. E assim está seguindo. Ao lado de Casagrande que, ao que parece, vai guiar seu caminho na senda da política. Hoje e amanhã, por enquanto.

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