Os últimos acontecimentos permitiram que os pretensos candidatos a prefeito se movimentassem junto à opinião pública. Seu eu fosse candidato, digo isso a título aconselhamento, estaria acompanhando o que dizem as pesquisas eleitorais nesse momento em que o céu está nublado e que vivemos apenas de conjecturas sobre o futuro eleitoral. Por exemplo, diz o IPEC que, a despeito do resultado das urnas no ano passado, em que a votação ficou concentrada em Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro, 57% da população gostariam que uma nova liderança política emergisse na chamada terceira via para que o país pudesse fugir da polarização. Vou decodificar. O percentual se refere à soma dos 39% que dizem concordar totalmente com essa necessidade e os 18% que afirmam concordar em parte. São 27% os que declaram discordar total ou parcialmente. Outros 5% disseram nem concordar nem discordar.
A situação não é a mesma, mas são dados que precisam ser computados na evolução eleitoral. E merecem reflexão. Na eleição presidencial de 2022, os candidatos que tentaram furar a polarização entre Lula e Bolsonaro não conseguiram somar nem 10% dos votos válidos no primeiro turno. A mais bem votada do grupo foi Simone Tebet (MDB), que totalizou 4,9 milhões de votos e depois apoiou Lula no segundo turno contra Bolsonaro. Hoje, a ex-senadora é ministra do Planejamento no governo do petista.
Afinal, isso é mais que velho, mas prevalece: pesquisadores já constataram que ninguém gosta de votar em quem não tem chances de ganhar. E, além disso, os candidatos talvez não se tenham diferenciado o suficiente. A pesquisa mostra que há espaço para uma terceira via, à direita e à esquerda, mas não diz como. Esse será o principal desafio: se diferenciar - analisa a cientista política Mayra Goulart, da UFRJ.
O prefeito Victor Coelho, que a cada dia apresenta uma obra à população, tem muita chance de fazer o seu sucessor. Isso porque quem menos apoia o surgimento de um terceiro nome no cenário político nacional são os brasileiros que avaliam positivamente as administrações, sejam elas em que nível for. Isso quer dizer, como esbocei numa projeção aqui, e no programa do Basílio Coelho, que teremos dois candidatos favoritos na próxima eleição: o escolhido pelo prefeito Victor e o de oposição. Influência do governo Lula e a herança de Bolsonaro, só o tempo dirá.
Quero crer que as pesquisas estão batendo com o que as vozes da rua proclamam, por enquanto. E os candidatos já se apresentam com firmeza: "Eu quero ser o prefeito de Cachoeiro!". Precisam, no entanto, se atualizar a cada dia, uma vez que as coisas vêm mudando com muita rapidez.