Claro que estou feliz com a participação da
seleção brasileira na Copa. Até hoje,
dia em que escrevo esta modesta crônica, temos muita chance em trazer a vitória
para alegrar um pouco todos nós brasileiros e compensar o sofrimento que
estamos passando, sobretudo, na área de saúde. Hoje, minha consultora, por sua
competência e integridade, é a Dra. Margareth Dalcolmo, que vem formando minha
opinião principalmente desde a época da pandemia.
Ela vem participando da equipe de governo
nesta transição. Diz que “ao constatar que a Covid-19 foi a principal causa de
morte no Brasil em 2021, segundo dados oficiais do IBGE, não podemos deixar de
lembrar que no cerne de nossa atuação convivemos desde o início da pandemia com
uma tensão desnecessária porque deseducadora, injusta no que contaminara de
pronto os mais vulneráveis, e evitável, se no mínimo de um processo
civilizatório se houvesse respeitado a comunidade científica brasileira, como,
aliás, o fez a imprensa de modo geral.”
Porém, “sabemos o quanto estamos atrasados na
aplicação das vacinas denominadas bivalentes (compostas pelas proteínas spike
das cepas original e das BA.4 e BA.5 da Ômicron), enquanto países como Portugal
e Estados Unidos iniciaram em setembro a proteção da população adolescente e adulta
e oferecem sem problema. Não é por acaso
que um grupo representativo da saúde nacional se junta, sob convite do próximo
governo, e agregando a colaboração de vários de nós, de diferentes expertises,
para neste momento elaborar um documento técnico, genérico no sentido da
abrangência, com sugestões para subsidiar a elaboração de um relatório final do
Grupo Técnico de Saúde, especialmente para os primeiros meses da nova
administração.”
Como
todos nós já sabemos, “o cenário de terraplanagem em muitas áreas do Ministério
da Saúde, a exigir medidas imediatas e a médio prazo. Medidas que dizem
respeito desde respostas à Covid-19, porquanto ainda presente, até à regulação,
à vigilância em saúde (aí incluídas epidemiológica e genômica) e em especial à
comunicação.” O que é mais lamentável é
que precisamos ter “arma poderosa de proteção da população, vencendo as nocivas
informações falsas, as tentativas despudoradas de negação do papel protetor das
vacinas e até uma retórica oficial que não hesitou diante de pessoas
amedrontadas pelo novo em suas vidas, em minimizar a gravidade do que vivíamos”.
Triste.