Crônicas
Por que tão depressa?
2022-08-22 05:12:11

Quase tudo durante a Festa de Cachoeiro parece mais leve, mais suave, mais fraterno, assim como a amizade de Marilene e Regina Monteiro.

Sem que você menos espere, as duas se unem e, com uma determinação impressionante, procuram mudar aquilo que lhes parece injusto. Tenho assistido aos programas “Entre Elas”, através do YouTube.

Só causas socialmente importantes. Por falar nisso, contam os familiares de Newton que ele conhecia todo mundo em Cachoeiro, se passasse alguém de fora, ele sabia imediatamente. E não era, segundo eles, esse negócio de conhecer de vista. Não. Ele sabia quem era o pai, a mãe, tudo. Não existia uma pessoa que morasse em Cachoeiro de quem ele não soubesse o nome. E mais: tinha uma conversa para cada pessoa, e conversava o que interessava àquela pessoa. Desse espírito, sem dúvida, nasceu a festa. A cidade era menor e os pontos de encontro mais acessíveis.

Dos amigos que partiam, Newton, sentindo saudades, queria que retornassem de alguma forma. Daí a comemoração do “Cachoeirense Ausente”. Durante os festejos, eu, boboca, muito menino, ficava todo feliz porque ia comprar algodão doce e podia também visitar a exposição, que se localizada onde hoje é o prédio do Fórum e adjacências.  Era tão forte a ligação dos Bragas com nossa terra, que, vez por outra, Rubem me ligava, de madrugada, para perguntar alguma coisa. A última ligação, que me lembro, era para pedir uma gurubumba (cipó de muita rigidez). Missão cumprida. Ele ficou todo feliz. Levei também algumas peças do nosso requeijão. Para não perder a piada e com aquele jeitão só dele, disse: “Pô, Wilson, vou tomar um porre de requeijão!”.

Estou umbilicalmente ligado à festa. Conto. Depois de muito tempo, fui descobrir que meu pai, para conquistar a mineira mais bonita de Leopoldina (MG), minha mãe, pedia a Newton Braga para escrever as cartas de amor para ela. Pronto. Quem resistiria a essas cartas? Quem me contou isso foi dona Isabel, mulher de Newton. Depois eu descobri as cartas nos “guardados” de minha mãe.

Agora, com profunda emoção, me vejo na condição de Cachoeirense Presente, escolhido pela Câmara Municipal. Ainda não aprendi a amar a saudade, como fazem os que realmente têm experiência de vida e dela retiram tudo que pode dar.    Por que os dias passam tão depressa? 

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