Crônicas
Uma mulher extraordinária
2022-08-22 17:37:02

Acaba que houve um erro na edição passada, e o texto foi suprimido. Mas o título permaneceu. Mesmo assim, não deixarei de homenagear uma bela mulher. Mais que mulher, vou falar de uma mulher extraordinária. Aliás, poucos cientistas vivenciaram a pandemia da Covid-19 com tanta intensidade quanto a médica pneumologista e pesquisadora da Fiocruz, Margareth Maria Pretti Dalcolmo, de 66 anos. Aliás, escolhida “Personalidade 2020 pelo Prêmio Faz Diferença”, representando também seus colegas brasileiros que se destacaram pelo combate ao negacionismo. Conto. Assim que Sérgio Bermudes foi acometido da doença, a primeira indicação que recebi foi da Dra. Margareth. Mas ele já estava internado no Copa D’or, assistido pelo Dr. Pantoja. Pois bem, tenho por ela a maior admiração. Sabe quando você confia num médico de olho fechado? É assim. Ela desenvolveu um entendimento da doença que influenciou a prática clínica no país, ao mesmo tempo em que se tornou uma voz de esclarecimento para a população, através da mídia.
Quando o Sars-CoV-2 desembarcou no Brasil, Dra. Margareth conta que não tinha noção do tamanho que seria o desafio de enfrentá-lo. “Para nós, naquele momento, a Covid-19 parecia ser mais uma virose respiratória que iria aparecer e desaparecer, como foram outras coronaviroses anteriores, a SARS-1 e a MERS — conta. “O que deixou claro para nós que não iria ser assim foi a entrada da doença na Europa, no fim de janeiro, quando começaram a aparecer os casos na Itália, morrendo muita gente.”. Já tinha participado de comitês de preparação para outras epidemias, como na gripe aviária, em 2004, e era cientista de renome em tuberculose. Por isso, foi chamada para compor o grupo de especialistas que daria suporte ao ex-ministro da Saúde Mandetta. Diz que os “primeiros pacientes que eu tratei tinham ido a desfiles de escola de samba, e logo ficou claro que a gente estava lidando com uma doença de grande capacidade de transmissão. Rapidamente, aprendemos que a Covid-19 era uma doença sistêmica, e vimos que alguns dos pacientes morreram no início da epidemia não só por pneumonia, mas por doença trombótica”. Com os cientistas afastados das decisões governamentais, Dalcolmo intensificou uma atividade que já vinha fazendo em paralelo: conceder entrevistas. E foi o melhor remédio, a melhor coisa que aconteceu pra todos nós. Que faço agora? Reverencio esta mulher, acompanhando tudo que ela diz. E com fé.

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