Zuenir Ventura escreveu o livro definitivo sobre o tema: inveja. A inveja é inconfessável, mas ninguém se livra dela, por mais que se disfarce. É o pecado mais antigo da humanidade. Na falta de outro assunto, pois estou fincado muito rabugento. Ele já tomou sua vacina. Durante a entrevista, ele adiantou que parte do livro teve que ser ficção, porque quase ninguém quis assumir que era invejoso. Segundo Zuenir, a emergente Vera Loyola deu as melhores declarações para o livro: “O verdadeiro amigo não é aquele que é solidário com sua desgraça, mas aquele que suporta o seu sucesso. É exatamente isso. Não aquele que é solidário com sua desgraça, mas aquele que suporta o seu sucesso. É exatamente isso”.
Algumas perguntas podem ser feitas. Por exemplo, qual a diferença entre inveja e admiração? “A inveja é um sentimento tão ruim e desagradável que, às vezes, você sublima esse sentimento e de certa forma o torna admiração. Quando você confessa: ‘Admiro a sua juventude’. Na verdade, eu estou fazendo uma declaração de admiração, não de inveja, porque a inveja é inconfessável, ela quer, no fundo, inconscientemente, que você se arrebente, que você vire velho de uma hora para outra”, explicou.
Intrigado com tanta inveja, alguém quis saber se há alternativas para se defender da inveja. “Em todo o mundo existe amuleto. Eu não acredito em nada disso. Mas me surpreendo com todas as superstições. O Luciano Huck quando leu o livro me deu uma árvore cheia de alho. O alho é um anti-inveja. A verdade é que a árvore Acho que sim. Primeiramente, porque vivemos em um mundo complexo, muito mais do que era nos anos 1950 ou 1960, portanto um mundo muito mais difícil de ser apreendido. É também complexo por conta da velocidade, dessa necessidade de se produzir informação em tempo real.
Existe algo que eu vejo especialmente entre jovens, que é uma espécie de nostalgia do não vivido. Olha-se para trás e se diz: “O jornalismo era mais romântico”. Não, o jornalismo era péssimo nos anos 1950. Basta ler o livro do Fernando Morais (Chatô, o rei do Brasil) para ver o que era. Ética, por exemplo, era uma palavra que não frequentava o vocabulário do jornalismo daquela época. Isso é muito recente. Sobre a condição do jornalista: ele era muito despreparado e por isso mesmo, como não tinha nenhuma autonomia profissional, ele precisava fazer bico. Era muito comum ter o jornalista cobrindo a repartição pública de onde ele era funcionário, tinha muito disso. Bem isto até pouco tempo… Não há motivo para ter inveja do passado…