No apagar das luzes do ano, rapidamente conversei com prefeito reeleito de nosso município. De uma realidade ele não pode fugir: Victor hoje não é mais o jovem que venceu uma eleição de forma, digamos, repentina há quatro anos atrás. A vitória de hoje lhe impôs um protagonismo que nem ele, na sua simplicidade, tenha ainda absorvido. Basta dizer que com vistas ao futuro, o governador Renato precisa dele tanto como ele, em igualdade de condições, possa necessitar do governador. É o maior líder do Sul do Estado. Se não é ainda, precisa entender que tem tudo para ser. Não pode se enroscar numa timidez que não é própria do político. Não se faz política sem vítimas, dizia o velho sábio Tancredo Neves. Victor pode apagar velhas lideranças, mas não será surpresa se aparecer novas que lhe podem incomodar.
Precisa se consagrar como um administrador acima da média. Sua voz tem que alcançar todo o estado. O cenário parece mostrar o seguinte e aqui ouço Míriam Leitão. No ano de 2021 o Brasil pode crescer sem crescer, e a principal variável da economia não será econômica. Mesmo se a economia ficar estagnada, haverá um número positivo na comparação da média contra a média do ano passado, em que houve uma queda forte no segundo trimestre. O que definirá a chance de alta real do PIB — e não apenas uma ilusão estatística — será a vacinação em massa dos brasileiros. O erros do governo na preparação para a vacina são falhas também econômicas. O falso dilema que Bolsonaro alimentou no ano passado é um bumerangue que se volta contra seu próprio governo. Ele defendeu a tese de que era preciso manter a economia funcionando normalmente para garantir emprego e atividade. Não trabalhou para garantir a volta sustentada da economia. Este ano o choque entre a sua ideia e a realidade estará mais evidente, porque o atraso na vacina é o maior obstáculo para a recuperação econômica. Digo isso por quê? Porque esses fatores vão influenciar decisivamente sua administração e, consequentemente, voos que poderão ser alçados no futuro estão vinculados a esse estado de coisas. E as pessoas estão aglomeradas, sem qualquer preocupação com a vida e com o futuro."