A espera para 2021...
2022-08-22 16:06:04
Wilson Márcio Depes
A grande verdade é que sempre o mesmo papo: “O Rock in Rio tem pouca novidade”. Ou “O Rock in Rio é um parque de diversões”. “O Rock in Rio tem pouco rock, repete artista”. Beleza. Acho que sim. Há muito de verdade nessas reclamações ou nesses resmungos. Porém, a fórmula criada em 1985, aqui no Rio, e reproduzida em todo o mundo, deu muito certo. E, neste ano, deu mais certo ainda. Basta que se atente para o público. Não vamos, como diria Nelson Rodrigues, alimentar o complexo de cachorro vira-lata. O Rock in Rio deste ano será lembrado, goste ou não, pelo voo da P!nk, pelo domínio de palco do Drake e pela ascensão de Iza. Aliás, todos estreantes no festival. (Confesso que não achei que fosse escrever sobre este tema, mas preciso mudar um pouco do meu saudosismo cachoeirense). Deixa eu fazer uma média com a força das mulheres: por lá passaram, além da Iza, Alcione, Elza Soares, Pink, Ivete e Anita, Fernanda Abreu, Ludmila...). A bem da verdade, com suas coreografias, Junior Groovador abriu as portas do festival para o funk, ao dar uma canja ao lado de Anita. Estou com vontade, mas não posso parar por aqui, sem antes registrar o Espaço Favela. Sei que ao ser lida esta crônica, uma semana depois, o assunto estará requentado, mas não poderia dizer também que a nova atração do Espaço Favela trouxe para o mundo, com artistas de lá, não só o talento, mas os problemas delas. Pelo que vi, queira ou não, o preconceito ficou longe do Rock in Rio. Mesmo com o prefeito Crivela. E, não me levem a mal, com o governador Wilson Witzel. Mas, a bem da verdade, a Amazônia foi o assunto da vez. Políticos foram hostilizados. Ninguém se incomodou ou tirou os olhos do palco. Vejam que Lulu Santos fez o pessoal cantar músicas das décadas de 80 e 90, assim como os Paralamas do Sucesso, 34 anos depois de sua estreia no Rock in Rio, fizeram uma apresentação de gala. Claro que não sou um crítico de shows, mas também estou avesso ao sucesso. Gosto muito mais do músicos brasileiros. Mas o sucesso foi tanto que a próxima edição já está confirmada e mal se espera por 2021. Isso é o Brasil.