No meio de tantas incompreensões e obscurantismo, aparece uma luz – pelo menos pra mim – que fez meu feriado um pouco mais tranquilo. Anotem este nome: Marcelo Gleiser. Um físico astrônomo brasileiro - talvez o maior – que está ministrando aulas para os americanos. Ganhou o prêmio denominado o “Nobel da Espiritualidade”, com direito a R$ 5,5 milhões. Um amigo meu disse tudo que eu queria dizer: “eu entendi tudo que ele disse”, numa palestra no Rio de Janeiro. Aos 60 anos, como disse meu amigo Zuenir, Marcelo não possui a arrogância do saber, e não parece oriundo de um país que possui como lema a ignorância arrogante. Bem, mas e daí, diria o leitor? Veio corrigir uma aflição que tenho ao me dirigir a alguns amigos agnósticos, mas não ateus. Ele também é agnóstico. Disse o seguinte: “Devemos ter a humildade para aceitar que estamos cercados pelo mistério. A ciência não mata Deus.”. Explicando ainda melhor: Pode-se não acreditar em Deus, mas afirmar com certeza sua inexistência “não é cientificamente consistente.”. Resumindo, queria dizer que os trabalhos de Gleiser, segundo a fundação que lhe concedeu o prêmio, defendem o que se deu o nome “humanocentralismo”, o que quer dizer que a humanidade é o centro da criação científica. Indo mais além: é dos principais proponentes da visão de que a ciência, a filosofia e a espiritualidade são expressões complementares das quais o homem precisa para abraçar o mistério e explorar o desconhecido. Pretende Gleiser, ao fim, fazer o público entender que a ciência que a ciência é apenas mais uma maneira de entendermos quem somos. Quero deixar claro que não sou agnóstico.
Pulo para outro assunto. A OAB, a nível federal, vai ao Congresso entregar um estudo que se opõe ao pacote anticrime do ministro Sérgio Moro. A par disso, lamenta que não foi convidada para debater as mudanças. São dez itens que o Conselho Federal discorda do pacote Moro. Futuramente falaremos sobre o tema. Bom final de semana.