Camus dizia – e não me esqueci – que o ser humano é um ser de hábitos. Conheço muitos que chegam a ser neuróticos. Mas, como dizia Chico Anísio – um dos maiores artistas brasileiros de todos os tempos – “sou, mas quem não é?”. Aos domingos, para relaxar, costumo ler as crônicas de Danuza Leão publicadas na revista “Ela”, de O Globo. Diz que fica muito espantada quando vê o galã aparecer com uma caixinha contendo um anel de noivado e a mocinha se derrete de tanta felicidade. E reflete com suave indignação: “nunca vi, em nenhum dos filmes a que assisti, ou na vida real, o contrário.”. Ou seja: uma mulher pedir o homem em casamento. Diz ela que, como esse pequeno detalhe, as mulheres estão a léguas de distância da chamada igualdade, apesar das enormes conquistas. “O que conseguimos – diz ela – tirando a igualdade de salários – é um avanço e tanto. Já podemos sair sozinhas à noite, namorar, viajar, morar junto, separar quando quando nos dá na telha, ser mãe solteira; a ex-presidente do Supremo já foi mulher, assim também como a Procuradora Geral da República”. Bem, a crônica não pára por aí. Mas o que acho muito interessante é que quem está falando, a rigor, há décadas passadas, era uma das mulheres mais liberadas do país, famosa não só por isso, mas, sobretudo, por ser elegante e frequentar as grandes noitadas aqui e no mundo. Gosto de ler o que ela escreve, são reflexões que não possuem o gosto da amargura. Os meus domingos são mais suaves lendo ela. A propósito, estou fazendo campanha – uma das mais justas – para escolha de Marilene Depes para Cachoeirense Presente. Tenho amigos vereadores. Se me fosse dado o direito, votaria em Marilene com a sensação de que a justiça estaria se incorporado em mim, sobretudo, pela integridade. Sem qualquer pudor, estou pedindo voto para Marilene. Bom final de semana.