Já fomos mais felizes
2022-08-22 15:48:36
Wilson Márcio Depes
Bem, edição antes do Carnaval. O assunto, infelizmente, não é alegria. Gostaria até que fosse, esquecesse um pouco o que tem acontecido em nosso país. Mas, quem há-de? Aliás, o velho Newton Braga diria: “Como nas velhas cantigas, como nas velhas baladas”. Amigo meu vai se esconder numa cachoeira, cheio de livros e música. Bate em minha cabeça, naquilo que Freud descobriu que se trata do inconsciente, além das tragédias, a reforma da Previdência – que estou levando para estudar -, o projeto do Ministro Moro que mexe com nossos códigos penal e processo penal, e mais muito mais. Por exemplo, a expectativa do julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal, se o caixa dois é crime eleitoral, os casos concretos vão para Justiça Eleitoral. Se comum, para Justiça Federal. Também pautado para o mês de abril, logo no início, o julgamento se é constitucional ou não prender o réu depois de duas condenações. Antes de decisão do STJ e, eventualmente, do próprio Supremo. Ou tem que esperar? Por isso tudo, o jogo do poder em Brasília está em pleno vapor. Campanha em boca de urna. Tudo são incertezas, riscos e probabilidades. Mas sobra um cantinho da memória que registra cenas do passado, mais propriamente do carnaval do passado em Cachoeiro. Vejo, como se fosse hoje, menino ainda, Mimica e tio Assadinho, pelas ruas de Cachoeiro, aproveitando os festejos para produzir críticas sociais e políticas, mais especialmente estas. E fico pensando, qual seria o tema atual? O meu preferido seria o Ministro da Educação, com meninos ajoelhados, ouvindo o hino nacional, prometendo, em súplica, que “Brasil acima de tudo; Deus acima de todos”. Já fomos mais felizes cantando o hino Nacional no Liceu, como diria o professor Aylton Bermudes, nos tempos de antanho, gozando da amizade de todos os professores e assistindo às Olimpíadas Escolares Raimundo Andrade. Democraticamente. E felizes. Eram amigos, sobretudo.
Crônica Revista Leia - Publicada em 02/03/2019