Segurança e o Direito
2022-08-22 08:39:41
Wilson Márcio Depes
Enquanto o presidente Temer demonstra, efetivamente, que está totalmente perdido no governo, passando descrédito a toda população, os assaltos nas cidades de todo o país vem assustando a população. Você sai de casa, mesmo no interior, e não sabe se vai voltar. Dentro de casa se ouve os gritos de furtos, principalmente em relação a celular. “Passa a bolsa e o celular pra cá senão morre!” Pode parecer simples, mas é a comprovação de que estamos vivendo em um país engolfado em crise sem precedentes. E o presidente está tão enfraquecido que não possui autoridade moral para punir o general Hamilton Mourão que, alto e bom som, pediu o “expurgo” dele da vida pública. Claro que Temer está jogando todas as fichas na intervenção decretada no Rio. Chegou a anunciar, através de seus áulicos, uma possível candidatura à reeleição. Como ser candidato com seus níveis de rejeição tão dilacerantes? Claro que tudo não passa de uma encenação para “que o café já não chegue tão frio a sua mesa”. Claro que não sou contra às medidas de segurança, já que temos um país falido nesse sentido. O que temo, em verdade, são as consequências das medidas tomadas, de improviso, por um presidente, repito, desprovido de qualquer autoridade. Na minha juventude lia os artigos diários escritos, com coragem, pelo histórico advogado Sobral Pinto, colocando o dedo na cara dos generais que comandavam a ditadura no país e também outras autoridades quando estes cometiam seus deslizes. Concluía ele, sempre, “a paz é o direito obedecido até os últimas consequências”. Acho que essa frase é muita significativa. Pois temo que, em nome da segurança, possa haver desrespeito ao direito. Quem sempre lutou bravamente pela segurança a qualquer custo, um dia veio procurar o advogado para defender seu direito desrespeitado. Dele, de seu filho ou de algum membro de sua família. A falta de segurança está aliada ao fracasso de uma política correta em todos os níveis, isto é, educação, saúde e tantos outros itens de pautas esquecidas. Lamentavelmente.
